No âmbito do 11º aniversário da Sporting TV, o canal dos leões entrevistou o camisola 11, Nuno Santos, que abordou o seu momento e garantiu que o regresso "está para breve". Sem se comprometer com prazos, o extremo revelou que até já idealizou o momento do regresso aos relvados.

"Só quero sentir o estádio a aplaudir-me, pois sei que faço falta ao grupo. Até o Quaresma já diz que sente a minha falta e a equipa está a ser um ombro amigo nesta fase. Sei que vou chorar nesse momento pois vejo o tempo a passar e as saudades que tenho de marcar um golo ou fazer uma assistência... esse primeiro dia vai ser muito especial e ficará marcado na minha carreira e na minha cabeça. Eu sei que sou um jogador muito diferente por tudo o que passei, só penso em ganhar e esse sentimento sempre tive ao longo da minha carreira", adiantou.

Há nove meses afastado dos relvados, o jogador leonino não esconde alguma frustração por ainda ficar de fora no primeiro jogo oficial e, recusando-se a avançar prazos, só prometeu aos adeptos que o regresso "está para breve". "Eu disse que ia estar pronto para a Supertaça mas não vou estar... só podem contar com o meu apoio. Sei que o regresso está muito próximo e é só esperarem um pouquinho mais. Sou um guerreiro, isto não é fácil para mim, mas estou quase de volta", garantiu o esquerdino, que revelou o seu estado de espírito nos últimos meses: "Não é fácil ver a equipa a treinar e eu com quase 9 meses de lesão levantar-me e fazer tratamento, mas é a minha vida e eu nunca desisti. Cada vez estou mais perto e pior já passou. Daqui a nada estou no campo a sentir aquela adrenalina. Passei por uma lesão complicada e depois o problema é na cabeça... já não tinha uma lesão grave há muitos anos. São etapas e a fase de voltar ao campo está quase a chegar".

Apontar ao tricampeonato

Os bicampeões já estão a preparar o ataque ao 'tri' e Nuno Santos acredita que estão reunidas as condições para os leões voltarem a triunfar, a começar pela capacidade do homem do leme, Rui Borges, a quem não poupa elogios.

"O míster Rui Borges é uma excelente pessoa. Temos falado e sei que tem tudo para fazer um excelente trabalho. Ele chegou numa fase difícil e agora está a incutir os seus métodos, pois ele é que manda. Tem corrido tudo bem e temos aprendido muito com ele", acrescenta o atacante, que destaca a qualidade do grupo e dos jovens que estão a ser integrados: "Todos os que entram vêm para ajudar e nós tentamos sempre integrá-los da melhor maneira. Depois há os jovens e eu digo-lhes que hoje é mais fácil do que na minha altura, por isso eles só têm de aproveitar. Estamos sempre a brincar mas digo-lhes sempre que não podem facilitar e, acima de tudo, para serem humildes e trabalhadores. Não devem querer passar por cima de ninguém, só têm de seguir o seu caminho e remar com os outros para o mesmo lado".

A iniciar a sexta época no Sporting, o camisola 11 ainda recordou o momento em que assinou pelo Sporting, um passo que já qualificou como "a melhor decisão da carreira".

"Eu não me vejo noutro nível pois gosto é de ganhar títulos. Agora somos bicampeões e temos de pensar no 'tri' mas nem sempre foi assim", recorda o jogador, que ainda se lembra do seu primeiro ano em Alvalade: "Aquele grupo foi escolhido a dedo. No 1º ano tivemos alguma sorte mas a sorte procura-se... fomos pensando jogo a jogo - como dizia o míster Amorim - para chegarmos ao cimo da montanha. O Sporting é um grande clube onde os miúdos têm de meter na cabeça que têm de trabalhar para poder lutar por títulos. Esta é a minha sexta época e, se não fosse esta lesão, certamente já seria o jogador com mais partidas disputadas desde esse momento".

O troféu que faltava, a Taça de Portugal, foi conquistado no passado mês de maio e o canhoto agora só pensa em conquistar a Supertaça, mesmo ficando a sofrer por fora. "A Taça de Portugal era o que faltava mas ainda quero mais. No dia 31 de julho temos mais um final no Algarve onde está muita gente de férias... vão à praia e depois vão ao estádio para nos apoiarem. Eu estarei a torcer por fora, tal como o Daniel Bragança, sempre com uma grande vontade para ajudar".

E assim terminou a entrevista do 11, que admite ter uma admiração especial por este número. "Quando assinei pelo Sporting disse que queria essa camisola que pertencia ao Tiago Tomás. O Hugo Viana falou com ele e fiquei com o número que sinto na pele", revelou.