As suspeitas confirmam-se. A NBA, em parceria com a FIBA, vai mesmo avançar com uma liga na Europa, presumivelmente a partir de 2026/27. Adam Silver, comissário da competição norte-americana, deu conta das novidades ao lado do secretário-geral da organização que rege o basquetebol mundial, Andreas Zagklis, abrindo a porta a uma enorme revolução na modalidade, mais concretamente no Velho Continente.

"É com prazer que anuncio que estamos prontos para o próximo passo, explorar a criação de uma liga na Europa com a FIBA como nosso principal sócio", começou por dizer Adam Silver, dando conta das linhas gerais com que esta nova competição poderá avançar, em princípio com 16 equipas: "é algo ainda preliminar, mas talvez 12 lugares permanentes e quatro com licenças anuais [n.d.r.: via qualificação], mas isso é algo que ainda pode mudar. Estamos em negociações com clubes que já existem, sendo que alguns deles são grandes marcas globais, e reconhecemos que há um enorme interesse."

"Vamos respeitar as tradições do basquetebol europeu e de ligas abertas. Vamos retirar o melhor dos dois sistemas, poderá haver novos pavilhões e novos clubes", acrescentou o responsável máximo da NBA, garantindo que os proprietários das 30 equipas norte-americanas acolheram esta proposta com "entusiasmo" e que a nova prova seria disputada de acordo com as regras da FIBA, nomeadamente o tempo de jogo: 40 minutos.

Já Andreas Zagklis, questionado sobre se existem contactos com a Euroliga, a principal prova de clubes na Europa, vincou que "todos os clubes que jogam na Europa são clubes da FIBA". "Alguns deles jogam nessa competição e outros detêm uma fatia dessa competição. Queremos unir os nossos clubes de topo". Recorde-se que a Euroliga substituiu a antiga Taça dos Campeões Europeus em 2000 (pertença da FIBA), abrindo uma fissura entre as duas organizações que ainda hoje é visível. Atualmente, existem duas competições organizadas pela Euroliga (a Euroliga propriamente dita e a EuroCup) e outras duas pela FIBA (a Liga dos Campeões e a FIBA Europe Cup).

Entre os clubes já existentes que poderão integrar esta nova liga organizada pela NBA, têm sido veiculados os nomes de Real Madrid, Barcelona, Valencia ou Olympiacos, que poderiam 'largar' a Euroliga rumo a esta nova prova. Ontem, o 'Le Parisien' noticiou que a NBA contactou a Qatar Sports Investment (QSI), dona do PSG, clube de futebol que demonstrou abertura para poder participar. De resto, o aumento dos proveitos económicos é o mote para esta joint venture, pois Adam Silver acredita que existe na Europa um potencial comercial por explorar, dado o enorme gosto pelo basquetebol.

Cidades preferidas

O 'Sportico' adiantou ontem que há 11 cidades de sete países que surgem como apetecíveis para a NBA lançar este projeto: Madrid, Barcelona, Munique, Berlim, Londres, Manchester, Milão, Roma, Istambul, Atenas e, naturalmente, Paris. De notar que quase todas elas têm equipas participantes na Euroliga. A intenção da NBA passará por vender 50% destas novas franchises, com a outra metade a ficar para os proprietários desses clubes, que em cidades como Paris e Londres poderão vir a ser avaliados em algo como 500 milhões de dólares (465 milhões de euros).