
Chegar, ver e vencer. Miguel Cardoso levou o Mamelodi Sundowns ao título da África do Sul com uma caminhada irrepreensível e se à primeira vista não seria grande feito, porque a equipa de Pretória é campeã pela oitava vez consecutiva, os números mostram que o treinador português teve impacto muito grande e bateu todos os recordes. Entra, assim, para a história de uma das ligas mais importantes do continente africano. E aliado a isto ainda está na final da Liga dos Campeões e estará presente no Mundial de Clubes.
Não custa, pois, adivinhar que Miguel Cardoso acredita que a mudança do Espérance da Tunísia para o país de Nelson Mandela terá sido acertadíssima.
«Diria que não poderia ter feito melhor escolha, sem dúvida, embora a minha saída do Espérance fosse algo mais ou menos preparada, porque já havia alguns contactos do Sundowns e alguma aproximação pessoal relativamente à possibilidade de um interesse aqui da África do Sul. Por mais que eu estivesse muito bem, o que foi refletido nos resultados desportivos que tivemos, senti que era altura da mudança. Que se tinha atingido praticamente tudo aquilo que era possível atingir era o ideal para mantermos a amizade», começou por dizer Miguel Cardoso, recordando que chegou à final da Liga dos Campeões [o que repete este ano], que perdeu para o gigante Al Ahly, que curiosamente afastou agora nas meias-finais.
O treinador tem de gerir a equipa no último jogo do campeonato e só depois terá a final da Liga dos Campeões de África, que se joga a duas mãos, a primeira de hoje a oito dias e a segunda no primeiro dia de junho. Mesmo assim, Miguel Cardoso garante motivação máxima para o duelo com o Magesi.
«Se os jogadores poderão estar a pensar que com o campeonato ganho o mais importante será a conquista da Liga dos Campeões, que seria histórica para o clube, que só venceu a competição uma vez na sua história? Sim, mas a motivação é grande em fecharmos com uma vitória amanhã sobre o Magesi [12.º classificado e já a salvo da descida de divisão]. Dou-lhe um exemplo: em caso de vitória seremos o primeiro clube a ganhar todos os jogos em casa e para os nossos adeptos isso seria marcante. E os jogadores sentem isso», destaca.
Para o treinador, há outro dado que reforça o orgulho: «Tenho noção que este ano fizemos juntos coisas incríveis e todos os dias surgem novos dados, novos recordes que batemos. O que havia para eclipsar foi eclipsado. Mas basicamente ser o primeiro estrangeiro que ganha a Liga da África do Sul é por si só importante. Segundo, o recorde de pontos em casa e fora que é estabelecido...»
Só depois o foco vai voltar-se para a final da Liga dos Campeões e de uma coisa Miguel Cardoso tem certeza, «a missão será tremendamente complicada», até porque o segundo jogo é no Cairo, «num ambiente incrível».
A esperança de que o Sundowns fará história é muito grande e nesse campo esta será das épocas mais marcantes da vida de Miguel Cardoso porque o que vem a seguir é ainda mais marcante: «Claro que o Mundial de Clubes será inolvidável. Até porque este é o primeiro verdadeiro Mundial de Clubes...»
SPORTIN TEM TUDO PARA SER CAMPEÃO
É já este sábado que Sporting e Benfica decidem a questão do título e mesmo confessando que não seguiu o campeonato português com todo o rigor, acredita que os leões não deixarão escapar o campeonato quando só dependem de si.
«Quem joga em casa e só dependendo de si, naturalmente que está mais perto do sucesso. Até porque o ambiente em Alvalade é cada vez mais escaldante e o Sporting, tendo os melhores jogadores em campo, como é o caso, é neste momento claramente favorito», acrescentou.