Miguel Moreira continuou a ser inquirido esta quarta-feira, ele que é um dos arguidos do processo 'Saco Azul' do Benfica. Durante cerca de duas horas e meia, o antigo diretor-financeiro dos encarnados foi questionado sobre os contratos estabelecidos com a empresa Questão Flexível, nomeadamente, o facto de terem sido elaborados já depois dos serviços estarem a ser prestados, a duração e os valores estabelecidos entre as partes. O antigo responsável do clube da Luz prestou os esclarecimentos, mas, no final, já depois de ter sido inquirido por advogados de defesa e procuradora do Ministério Público, o juiz Vítor Teixeira de Sousa pediu para ninguém sair, pois ainda tinha mais uma pequena questão a esclarecer: o saldo das contas bancárias de Miguel Moreira. 

O presidente do coletivo estranhou que, perante, o salário auferido pelo então diretor-financeiro, na ordem dos 7 mil euros limpos por mês, não se refletisse no saldo das contas bancárias. Por outro lado, referiu que o montante da conta do filho "ainda tinha algum dinheirito". "Nos seus extratos bancários não se reflete a sua disponibilidade financeira. O que verifiquei é que há uma conta do seu filho, essa tem algum dinheiro e as suas contas e da sua mulher não têm grande disponibilidade de dinheiro", apontou o juiz, analisando os dados e conclusões recolhidas pela investigação.

"Interessa perguntar se há alguma relação entre o dinheiro na conta do filho com o facto de ter menos dinheiro nas contas do casal", voltou a reforçar, tendo Miguel Moreira negado qualquer ligação entre esses factos ou que exista algum esquema de corrupção: "Tenho vivido do meu trabalho. Não recebo comissões nem me tentaram corromper".