Iúri Leitão venceu o prémio de Personalidade do Ano Bola na Rede. O ciclista esteve em grande nos Jogos Olímpicos.
Iúri Leitão deu uma entrevista exclusiva ao Bola na Rede, após vencer o prémio de Personalidade do Ano. O ciclista português falou sobre os Jogos Olímpicos 2024, nos quais conquistou uma medalha de ouro e outra de prata.
BnR: É inevitável não falarmos um pouco dos Jogos Olímpicos 2024. Como foi vencer, não uma, mas duas medalhas na prova?
Iúri Leitão: Tendo em conta que não tinha a expetativa de trazer nenhuma medalha, foi espetacular. Foi extraordinário poder sair de lá com duas medalhas. Íamos bastante reticentes, eu e toda a seleção, o meu colega. Não sabíamos exatamente o que íamos encontrar, mas sim que o nível ia ser alto, mais complicado que nos Campeonatos da Europa e do Mundo, que era o que estávamos habituados a competir. O facto de eu ser Campeão do Mundo não me pesou nada, porque sabia que ia para um desafio completamente diferente de qualquer outro. Quando começa a prova de Omnium e eu consigo trazer a medalha de prata, senti que afinal por mais que fosse uma prova muito mais exigente, nós conseguíamos estar à altura e já encarei o Madison de outra forma. Aí já acreditava mais do que antes de conquistar a primeira. Mas no começo não conseguia imaginar.
BnR: Para quem não conhece, quais são as grandes diferenças entre o Omnium e o Madison?
Iúri Leitão: O Omnium é uma prova de regularidade. Temos quatro provas que se desenvolvem durante uma tarde e os melhores classificados em cada prova vão recebendo mais pontos. O primeiro leva 40 pontos, o segundo 38, o terceiro recebe 36, por aí vai. Vão-se somando pontos ao longo das provas. Na última, junta-se as três pontuações e faz-se uma corrida por pontos, onde somamos pontos ao longo da prova. Quem tiver mais pontos no final, vence. A lógica do Madison é muito parecida, já que quem tem mais pontos, também vence. Porém, é apenas uma prova, a cada 10 voltas há um sprint. As primeiras quatro equipas a passar na meta ganham pontos. No último sprint os pontos são a dobrar. As equipas que conseguirem uma volta de vantagem em relação às outras somam 20 pontos, o que é uma quantidade de pontos muito avultada, já que a cada sprint no máximo apenas se conseguem cinco. É uma questão de a equipa conseguir fazer uma gestão da energia e alcançar a maior pontuação possível.