
Nuno Borges, que se estreia esta tarde, é o único sobrevivente português no quadro de singulares do Estoril Open. Durante mais de uma hora, o público que praticamente encheu o court principal, resistindo estoicamente ao calor, fez-se ouvir no apoio a Gastão Elias, mas o tenista luso, 339.º do ranking mundial, não sobreviveu ao chileno Nicolas Jarry.
Nas bancadas incansáveis, sentaram-se Tiago Pereira, Francisco Rocha, Nuno Borges, Jaime Faria e Henrique Rocha, a armada lusa para apoiar o experiente Elias que liderava o terceiro set com 5-2, quando chegaram os reforços. Elias chegou mesmo a ter ponto para fechar no oitavo jogo, não aproveitou, e acabou por acusar o momento, permitindo que Jarry conquistasse os últimos cinco jogos do duelo.
«Acho que o que se passou ali foi uma combinação de azar com o mérito dele, que, no 5-3, quando eu servi, acho que até joguei bastante bem, joguei com todos os primeiros serviços dentro. Ele respondeu talvez o melhor jogo de todo o encontro nesse momento, e lá está... Obviamente posso sempre tentar fazer alguma coisinha melhor aqui ou ali, mas ao mesmo tempo também é andar à procura de pelos em ovos», disse o atleta de 34 anos.
Jarry venceu pelos parciais de 6/2, 4/6 e 7/5, em 2h18, já depois de Gastão Elias chegar a servir para garantir um lugar nos quartos de final, quando liderava por 5-3 no terceiro set. Porém, na parte final dominou o sul-americano, 57.º do ranking mundial.
«Apesar de ter sido muito difícil, não deixa de ser um jogo positivo, um torneio positivo. Uma demonstração de que realmente estou a jogar bem, não é só uma sensação minha, acho que é óbvio, e acho que isso deu para ver neste torneio, a competir a este nível com dois jogadores de top 100, e por muito pouco não estou nos quartos de final. Eu acho que apesar de ser um dia muito duro para mim, mas foi positivo de certa forma», tentou justificar Elias.
«Não podia ter feito nada muito melhor, obviamente como não ganhei, há sempre tendência para ir buscar as coisas que eu fiz menos bem, ou os erros que eu cometi naquele momento, mas lá está, não podia ter feito muito melhor», explicou.
«Ele teve mérito também, e vou dizer outra vez que tive um bocadinho de azar. Ele faz-me ali uma bola por trás das costas, um smash em que, não sei... Nunca tinha levado com uma bola daquelas até hoje, e acho que foi um momento um bocado chato para isso acontecer. Talvez se eu começasse aquele jogo 5-3, 15-0 acima a servir, em vez de 0-15, podia ter acabado de outra maneira... Podia ter acabado o jogo com um 6-3, 6-3 talvez... Em vez de sair com uma derrota... Quando estiver mais de cabeça fria, acho que consigo conseguir perceber melhor. Há vários pontos positivos a tirar do jogo de hoje, há um ponto muito negativo, que é o ter perdido, mas o resto acho que é aproveitar o momento que estou a jogar bem, e tentar, até agora, subir um bocadinho o meu ranking.»