
No dia em que a Liga entregou o modelo de centralização dos direitos desportivos, Cristóvão Carvalho considera que o fez à "revelia do maior clube do país", mas não deixa de condenar a postura da direção de Rui Costa.
"No passado dia 9 de julho, deixei claro que 'ficar de fora não é opção' e que o Sport Lisboa e Benfica tinha de liderar o processo de centralização dos direitos audiovisuais. Hoje, passadas apenas três semanas, a Liga Portugal entrega o modelo onze meses antes do prazo, à revelia do maior clube do país. Infelizmente, confirmou-se o alerta que então deixei: quando o Benfica abandona a mesa, outros avançam sem escrutínio nem oposição. Este avanço precipitado era previsível. Rui Costa optou por suspender a participação do Benfica; a Liga Centralização aproveitou o vazio e atropelou o calendário, celebrando uma falsa 'eficiência' que disfarça a ausência do principal motor de audiências do futebol português", começou por assinalar, antes de perspetivar as consequências desta posição: "Um processo construído sem a nossa voz perde valor e legitimidade. O resultado será um modelo desequilibrado, que penaliza o Benfica e empobrece o futebol nacional".
Perante a atual situação, o advogado veio a público emitir um comunicado, para reafirmar que o "Benfica deve colocar-se na dianteira" do processo e "garantir que recebe aquilo que corresponde à sua grandeza".
"O Benfica deve, por isso, exigir: a suspensão imediata da tramitação desta proposta até o clube regressar formalmente ao processo; a publicação integral dos critérios de distribuição e dos estudos de mercado que sustentam a proposta; um debate sério entre todos os clubes, dentro do calendário previsto na lei. Rui Costa e a administração da SAD falharam na proteção dos interesses do Benfica ao abandonar as negociações, demonstrando, uma vez mais, falta de preparação para estas funções. É tempo de corrigir o erro: reconduzir o Benfica ao centro das decisões, liderar a discussão e garantir que nenhum passo definitivo é dado sem o nosso aval", aponta Cristóvão Carvalho.