Explodiu uma bomba no desporto português. A Federação Portuguesa de Judo (FPJ) foi suspensa de toda a atividade internacional.

O castigo aplicado pela Federação Internacional (IJF) coloca em causa a participação no Mundial de 2025, que vai decorrer na Hungria entre 13 e 19 de junho.

De acordo com a informação apurada por A BOLA, em causa estão dívidas da entidade portuguesa à IJF que se foram acumulando ao longo dos anos, sobretudo desde a primeira edição do Grand Prix de Portugal, em 2022, e que neste momento ultrapassam os 800 mil euros, sem contar ainda com a multa pela desistência da organização do Grand Prix 2025, em janeiro, que valerá uma multa de cerca de 250 mil euros a entrar apenas nas contas de 2025. De qualquer maneira, a federação portuguesa fechou as suas contas com mais de 1,1 milhões de euros de prejuízo.

Esta suspensão, caso não seja revertida, impede a participação dos seis judocas portugueses, entre os quais Patrícia Sampaio, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e que, em abril, se sagrou campeã europeia de -78 kg.

No entanto, a Seleção escalonada para ir a Budapeste, dentro de cerca de duas semanas, poderá ter a hipótese de competir, mas sob a bandeira da federação internacional, tal como acontece com russos e bielorrussos, por razões diferentes, claro. Tal significa que a bandeira nacional nunca será hasteada em cerimónias de pódio ou outras, o hino nacional não tocará caso haja um campeão mundial, toca o da FIJ, e os dorsais do casaco do judoji não terão a identificação do país POR, mas FIJ. Isto caso a FPJ pague a inscrição e respectivas despesas para que os atletas compitam.

Tendo em conta os resultados de judo português, pode ser aberto um regime de exceção para a participação dos atletas lusos, restando saber em que moldes. Nesse caso, uma das possibilidades será a inscrição como atletas neutros, o que implicaria, à semelhança do que acontece, por exemplo, com a Rússia, competir sem bandeira.  

O nosso jornal sabe que está marcada com urgência uma reunião entre os responsáveis da federação portuguesa e o Comité Olímpico de Portugal (COP), com vista a serem dadas explicações e tentar encontrar-se uma solução que permita reverter a situação junto da IJF.

A BOLA tentou obter uma reação de Sérgio Pina, presidente da FPJ, sem sucesso.

(em atualização)