![Amorim e a polémica com a causa LGBT: «Não quisemos deixar o Mazraoui sozinho»](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
A «situação sensível» deixou o balneário do Manchester United sem capacidade de ter uma decisão perfeita. Ruben Amorim admitiu-o ao explicar, pormenorizadamente, tudo o que envolveu os red devils e uma ação não realizada sobre a defesa dos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgénero).
De um lado, Amorim teve um jogador sozinho: o marroquino Noussair Mazraoui; do outro, o restante plantel. O treinador fez questão de explicar os motivos que levaram a equipa a não envergar camisolas em defesa dessa comunidade minoritária.
«Foi a decisão do grupo, como tem sempre de ser. E houve três coisas a gerir», começou por referir o português, na conferência de lançamento ao United-Nottingham Forest.
«Primeiro, os valores do clube. Em relação a isso, acho que estamos de acordo e isso nem é uma questão. Estamos ao lado da comunidade LGBT. Em segundo, há uma questão religiosa e isso também deve ser respeitado [Mazraoui é muçulmano]. E há um terceiro aspeto, a harmonia do plantel. Somos uma equipa e não podíamos deixar o Nouss sozinho nisto», disse Amorim aos jornalistas.
«A maioria do plantel acredita em determinados valores, mas viu um dos nossos sozinho. E preferiu ficar junta. Tivemos de gerir estas três situações, fizemo-lo da melhor forma possível. Respeitamos todas as causas, mas também as crenças religiosas do Mazraoui.»
Peaky Blinders e uma única superstição
Antes da conferência de imprensa, Amorim concedeu uma entrevista à Sky Sports e aproveitou para mostrar o seu lado mais social.
Admitiu ser fã indefetível da série Peaky Blinders - «Se não gostas de Peaky Blinders, não sou teu amigo, não te compreendo» - e revelou a sua única superstição.
«Tenho uma coisa com o Carlos Fernandes, que é meu adjunto. Pego em duas garrafas de água, dou-lhe uma e apertamos as mãos. É a única coisa.»
![]() |
Ruben Amorim 6 títulos oficiais |
«Sei cozinhar. A comida é boa aqui, mas sei fazer coisas simples. Arroz, saladas, sopa para os bebés. Pastel de nata? Não, estou a tentar manter a forma. Também vou ao ginásio, tenho de manter o casamento», referiu, entre gargalhadas, o treinador campeão pelo Sporting.
Sobre futebol, Ruben deixou dois apontamentos: revelou quem é a sua inspiração e falou dos objetivos para a época 24/25.
«O Mourinho é a minha referência. Temos de o dizer se somos portugueses. É uma regra em Portugal (risos). Estagiei com ele e aprendi muito. Foi especial. Não por causa dos treinos, mas permitia que falássemos com ele, que é a coisa mais importante num estágio. As conversas entre nós e como lida com os jogadores.»
Para o seu United, no imediato, Amorim deixou a seguinte garantia: «O meu objetivo é que no final da época os adeptos vão ao estádio e saibam que vamos jogar assim, dominar. A consistência é importante.»