
A aprovação da alteração dos estatutos na FPF, que decorreu este sábado, na Cidade do Futebol, gerou uma onda de indignação nos representantes e no presidente da Mesa da Assembleia-Geral da FPF Luís Campos Ferreira.
"Senti uma fortíssima indignação. Na realidade, esta alteração estatutária não está, não vai e não responde àquilo que são as necessidades e a visão que os delegados desta Assembleia têm sobre o que deve ser e como devem ser distribuídos os poderes e as competências na Federação Portuguesa de Futebol. Não estão de acordo, mas tiveram o sentido de responsabilidade de permitir que esta alteração fosse feita", confessou, em conferência de imprensa.
Ao todo foram mais de 70 mudanças nos estatutos, algumas das quais impostas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), algo que Luís Campos Ferreira não consegue aceitar. "Há um grande sentimento de revolta perante o que é não só a forma como foi feita a intromissão, mas também o conteúdo dessa indignação. Quem tiver maturidade, experiência, bom senso, sabedoria, não consegue encaixar as explicações em muitas matérias, mas naquelas mais polémicas, muito menos", atirou.
De recordar que, caso os estatutos não tivessem sido aprovados, a FPF corria o risco de ver retirada o título de utilidade pública pelo IPDJ e perderia vários benefícios fiscais.
O diretor financeiro da FPF Vasco Pinho, também presente na sala, foi questionado sobre o aumento do orçamento projetado para os gastos e despesas, e defendeu-se perante o panorama desportivo em 2025/26 com a participação no Euro feminino e no Mundial masculino.
"Esta época acaba por ter aqui um epicentro perfeito das duas maiores seleções em termos de receitas, que têm, efetivamente, competições de patamar máximo. E com isso, receitas máximas, o que fazem naturalmente descolar e aumentar, os valores face ao ano transato", apontou.