
No duelo de clubes brasileiros e de treinadores portugueses, foi Abel Ferreira que levou a melhor sobre Renato Paiva. Com um golo já no prolongamento, o Palmeiras venceu o Botafogo e carimbou a passagem aos quartos de final do Mundial de Clubes.
A vitória do Palmeiras acabou por ser justa, uma vez que a equipa de São Paulo conseguiu, de princípio a fim, aproximar-se mais e melhor da baliza de John. Depois de uma primeira parte sem grandes oportunidades, o segundo tempo começou logo ao rubro, com Estêvão a obrigar o guarda-redes do Botafogo a duas defesas apertadas. No segundo tempo, aliás, via-se aquilo que não se tinha visto anteriormente: a equipa de Abel Ferreira continuou a aplicar pressão em zonas adiantadas, mas agora a recuperação vinha aliada a remates mais frequentes e os comandados de Renato Paiva tentavam estabilizar com bola, tentando combinações que, na primeira parte, só por uma ou duas vezes haviam surgido — e sem particular perigo.
Neste duelo acabou por ser o Palmeiras o mais feliz, uma vez que até nas substituições conseguiu adicionar mais que o adversário. Estêvão saiu desanimado, mas Paulinho e Luighi mostraram-se também perigosos e capazes de combinar na frente. Do outro lado, Savarino esteve apagado por terrenos exteriores e Artur tentou encontrar espaços mais próximos de Igor Jesus, mas sem sucesso. Jogo com muitos erros, mas que, ainda assim, ia tendo duas figuras centrais, uma de cada lado.
Ríos pensou por 11, John defendeu (quase) tudo
Se o Palmeiras foi mais controlador ao longo de grande parte do jogo muito o deve a Richard Ríos. O médio está a rubricar um grande Mundial de Clubes, mas mostrou frente ao Botafogo o porquê de ser um dos médios mais cobiçados da América do Sul. Soube temporizar, marcar o ritmo dos ataques e distribuir para a frente ou para as alas, soltou várias vezes Estêvão sobre a ala esquerda e ainda esteve perto de marcar um golaço na primeira parte. Só que, disto tudo... não surgiu (quase) nada. Isto porque, na baliza do Botafogo, esteve John, que fez uma exibição quase perfeita. Parou remates de Estêvão, Mauricio e Ríos, conseguiu ajudar na construção e ainda lançou Igor Jesus no ataque em mais que uma ocasião, conseguindo, numa delas, provocar a expulsão por segundo amarelo de Gustavo Gómez, capitão do Palmeiras.
Apesar disso, houve um remate que passou: o de Paulinho aos 100'. Em mais uma jogada lançada por Richard Ríos, o brasileiro recebeu na direita, fez o que quis de Marlon Freitas — que, depois de uma boa exibição, manchou tudo com uma abordagem mal calculada — e, com um remate pleno de colocação, fez o único golo da partida. O resto do prolongamento foi do Botafogo, com Renato Paiva a apostar em Arthur Cabral, ex-Benfica, na frente com Igor Jesus, mas nenhuma das incursões de Artur ou de Joaquín Correa conseguiu bater Weverton.
Em jogo pouco brilhante, o Palmeiras foi melhor e fez por conseguir a vantagem. Está encontrado o primeiro membro dos quartos de final deste Mundial de Clubes que, na próxima ronda, encontrará Benfica ou Chelsea.