A vinte minutos do final o filme do jogo parecia escrito, com mais uma vitória do SC Braga, que se tinha colocado em vantagem por dois golos fruto de remates certeiros de Bruma — um de cabeça, quem diria ?— e outro na conversão duma grande penalidade. Mas apareceu aquela que parece ser uma maldição na Pedreira e, à semelhança do que aconteceu frente ao Sporting, na 11.ª jornada, o SC Braga desperdiçou a vantagem de dois golos e desta vez não perdeu mas… empatou um jogo que parecia ter agarrado com as duas mãos, com o Estoril a receber um prémio pela perseverança que colocou na segunda parte, em que não baixou a cabeça e saiu premiado.

Carlos Carvalhal disse, na antevisão da partida, que o processo estava a melhorar mas que queria mais. E houve o suficiente durante grande parte do tempo. Até que a equipa entrou numa espiral negativa, primeiro  com Arrey-Mbi a fazer um penálti desnecessário que Marqués (69) converteu e depois, com uma bola rematada por Gonçalo Costa a bater em João Ferreira e a trair um desamparado Matheus que, até aí, diga-se, não tinha sido obrigado a trabalho árduo. Mas o destino nem sempre se escreve pelas linhas que queremos traçar e foi isso que aconteceu ao SC Braga.

Carvalhal estava com fé na equipa e repetiu, pela quarta ocasião consecutiva, o mesmo onze. Do outro lado, Ian Cahtro, depois de ter alterado do seu habitual 4x3x3 para 3x4x3 no jogo anterior diante do Famalicão, voltou a mudar a tática, agora para um 5x3x2, com Fabrício na lateral esquerda e Begraoui ao lado de Marqués no ataque.

Na primeira parte, os arsenalistas entraram com gás e criaram duas jogadas de relativo perigo logo aos cinco minutos. A partir daí começaram a controlar as operações e pouco depois do quarto de hora inauguraram o marcador, numa jogada muito bem conduzida pelo lado direito, com cruzamento de Roger Fernandes e Bruma a inaugurar o marcador. Esperava-se pela reação estorilista e esta, durante muito tempo, pareceu em circuito fechado, com muita posse mas pouca agressividade ofensiva, até que aos 31 minutos Fabrício Garcia dispôs de grande oportunidade, mas, após contornar Matheus,  atirou ao lado. Na reação bracarense, El Ouazzani, aos 37 minutos, acertou na barra. Pouco depois, Roger correu, correu, correu e rematou, mas à figura de Joel Robles. Em cima do intervalo, Bruma surge em excelente posição mas remata frouxo. Instantes depois, é El Ouazzani quem aparece no cara a cara com Robles, mas não consegue desfeitear o espanhol. E assim se chegou ao intervalo com uma vantagem magra dos bracarenses mas, diga-se, justa.

Após o intervalo, os bracarenses voltaram a acelerar e uma grande penalidade de Bacher sobre El Ouazzani colocou Bruma na marca dos onze metros e este não desperdiçou.

Toda a gente pensou, então, que estaria concretizada a quarta vitória consecutiva dos arsenalistas, mas não estava, como se viu adiante e já está descrito. Os adeptos bracarenses, que durante muito tempo bateram palmas, colocaram depois as mãos na boca para assobios à sua equipa. E saiu a equipa de Carvalhal cabisbaixa do terreno de jogo. A retoma completa fica para outras núpcias…