A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou hoje que o Irão "tem sido e continua a ser uma fonte de instabilidade e terrorismo" no Médio Oriente, numa referência à atual escalada do conflito com Israel.

"O Irão nunca deve adquirir capacidades nucleares. Não devemos esquecer que o Irão tem sido, e continua a ser, uma fonte de instabilidade e terrorismo na região, através dos seus representantes: Hamas, Hezbollah e Huthis. Esta é uma preocupação central para nós", disse Von der Leyen, durante um encontro com a imprensa realizado durante a cimeira dos líderes do G7, as sete economias mais industrializadas do mundo, em Kananaskis, Canadá.

A líder da Comissão Europeia referiu que os participantes no encontro de alto nível consideraram que "este momento do conflito no Médio Oriente, especialmente para além de Gaza, representa uma oportunidade crítica para libertar os reféns que ainda lá permanecem e alcançar um cessar-fogo".

"Isto é muito importante para nós", salientou, insistindo que "a longo prazo, deve haver uma solução negociada".

"Mas devemos ser claros: o Irão é uma fonte real de instabilidade e terrorismo regional, e isso deve ser claramente reconhecido. O crucial agora é aproveitar a janela de oportunidade atual em Gaza para avançar, especialmente na libertação dos reféns" detidos pelo Hamas desde o ataque de 07 de outubro de 2023, afirmou a líder do executivo comunitário.

Von der Leyen também classificou a cimeira do G7 como "boa", apesar das diferenças com o Presidente norte-americano e do facto de Donald Trump ter decidido abandonar a reunião na noite de segunda-feira, face à crescente escalada do conflito entre Israel e o Irão.

Israel iniciou em 13 de junho uma ofensiva contra o Irão, alegando ter como alvo o programa nuclear do país e a capacidade de fabrico de mísseis.

O Irão respondeu com o lançamento de mísseis e 'drones' contra diversas cidades israelitas, incluindo Telavive e Jerusalém.

Desde sexta-feira, terão morrido mais de 200 pessoas no Irão e cerca de três dezenas em Israel devido aos bombardeamentos mútuos, segundo as duas partes beligerantes.