
A "grande preocupação" esta noite é o fogo de Ponte da Barca, pela sua dimensão e dificuldades de acesso para os meios de combate, disse à Lusa fonte do comando nacional da Proteção Civil.
No terreno, estão neste momento a combater aquele incêndio, que já se estende por Terras do Bouro, 417 operacionais com 142 veículos, adiantou o comandante Miguel Oliveira.
Segundo aquele responsável, o que tem estado a dificultar o combate aquele fogo "é o vento mas também as dificuldades de acesso para os meios" que o próprio terreno impõe.
Cerca de 150 habitantes de quatro aldeias de Ponte da Barca foram retiradas esta noite das suas habitações, por razões de segurança, face à proximidade das chamas do incêndio que deflagrou, sábado, no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, adiantou que "os habitantes dos lugares da Igreja, em Britelo, Sobredo, Germil e Lourido, na Serra Amarela, no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) estão a ser concentrados nos pontos da Aldeia Segura, definidos para cada uma das localidades, para serem transferidos para o centro escolar de Entre Ambos-os-Rios".
"Estamos a retirar estas pessoas de casa por questões de segurança. A frente de fogo é muito grande. Está a encaminhar-se com muita violência para alguns pontos. O objetivo é as populações fiquem cercadas e, também por causa do fumo intenso que se faz sentir", adiantou Augusto Marinho.
Em Terras do Bouro também esta noite, o fogo, que foi de Ponte da Barca até aquele concelho, alastrava em direção às casas, e segundo presidente da Câmara do Concelho estava a 200 metros de algumas habitações, estando os bombeiros a fazer uma linha de água para proteger as pessoas e os seus bens.
Manuel Vito disse à Lusa que a "preocupação é salvar pessoas e os seus bens", e apelou a reforço de meios para esta madrugada a fim de extinguir um incêndio que está a destruir também um património natural importante.
De acordo com Miguel Oliveira, com a acalmia em alguns dos incêndios de grande dimensão e intensidade que ocorreram no início desta semana, e em função da da situação esta noite a Proteção Civil está a elaborar "uma estratégia de recolocação de meios".
Para aquele responsável o incêndio de Arouca ainda tem "muito trabalho pela frente" até que se possa dar como extinto. Por isso, ainda mobiliza 159 operacionais e 54 veículos.
E o incêndio de Outeiro de Bustelo, no concelho de Paredes tem 274 operacionais e 75 veículos.
O fogo de Cinfães também suscita preocupação para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, afirmou hoje que o Governo está a fazer o necessário para garantir a disponibilidade de 76 meios aéreos, insistindo que o contributo destes meios para apagar incêndios depende das características dos fogos.
Grande parte do interior norte e do centro do país estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A previsão abrange sobretudo os concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra e Santarém.
De acordo com o IPMA, a situação de perigo máximo de incêndio rural irá manter-se nos próximos dias nas mesmas regiões, agravando-se em alguns concelhos do Algarve.