A alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, Kaja Kallas, apelou hoje para que "todas as partes" deem "um passo atrás" para evitar uma nova escalada no Médio Oriente.

"Apelo a todas as partes para que deem um passo atrás, regressem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada", afirmou Kallas, depois do bombardeamento dos EUA contra as principais instalações nucleares do Irão.

"O Irão não deve ser autorizado a desenvolver uma arma nuclear, pois isso constituiria uma ameaça à segurança internacional", afirmou Kallas, acrescentando que os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus vão debater a situação na segunda-feira em Bruxelas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou hoje que os Estados Unidos lançaram uma "guerra perigosa" contra o Irão, na sequência dos ataques norte-americanos contra três instalações nucleares iranianas.

Os Estados Unidos entraram hoje na guerra de Israel contra o Irão, bombardeando os três principais locais do programa nuclear iraniano, enquanto o Presidente Donald Trump ameaçou o regime de Teerão com mais ataques se "a paz não chegar rapidamente".

Numa mensagem à nação, duas horas mais tarde, Trump instou Teerão a não responder militarmente e a optar pela paz.

"O Irão, o valentão do Médio Oriente, deve agora fazer a paz. Se não o fizerem, os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis".

Por seu lado, alguns dos principais ministros do Governo israelita felicitaram o Presidente norte-americano "pela sua decisão histórica", depois de se ter juntado à ofensiva contra o Irão.

A NATO também está a acompanhar a situação "de perto", disse hoje um porta-voz da Aliança Atlântica à EFE, enquanto os aliados negoceiam um novo objetivo de despesa militar antes da cimeira de 24 e 25 de junho em Haia.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se na segunda-feira para debater, entre outros assuntos, os recentes desenvolvimentos após os ataques israelitas ao Irão e a escalada das tensões na região.

Além disso, os ministros avaliarão as opções em cima da mesa para rever o acordo de associação UE-Israel, a fim de verificar se Israel está a cumprir as suas obrigações em matéria de direitos humanos no que se refere à sua ação militar em Gaza e na Cisjordânia, embora não esteja prevista qualquer decisão.

Israel e o Irão têm trocado ataques diários com mísseis e drones desde a madrugada de sexta-feira, 13 de junho, quando Israel começou a bombardear o país persa.