
Negociadores russos e ucranianos anunciaram esta sexta-feira uma troca de 1.000 prisioneiros - a maior desde o início do conflito, em fevereiro de 2022 - e que discutiram em Istambul a possibilidade de um cessar-fogo e de um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
"Nos próximos dias, terá lugar uma troca maciça de prisioneiros, 1.000 por 1.000", anunciou o negociador russo Vladimir Medinsky no final da reunião.
A informação foi confirmada pelo chefe da delegação ucraniana, o ministro da Defesa Rustem Umerov, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Trata-se da maior troca de prisioneiros de guerra desde o início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Umerov disse que "a parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado" dos dois países, Zelensky e Putin, e que Moscovo "tomou nota deste pedido".
Referiu também "a possibilidade de uma reunião a nível de dirigentes".
"A parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado. Tomámos nota desta proposta", confirmou Medinsky, que é conselheiro de Putin.
As duas partes discutiram um cessar-fogo na Ucrânia e devem agora apresentar e pormenorizar a sua visão dessa trégua, de acordo com Medinsky.
"Uma vez apresentada esta visão, acreditamos que será apropriado continuar as nossas negociações", acrescentou o negociador russo num breve discurso à imprensa.
Medinsky afirmou estar "globalmente satisfeito com o resultado" das conversações e estar "pronto a prosseguir os contactos" com os ucranianos no futuro.
"As negociações diretas com a parte ucraniana, organizadas por iniciativa do Presidente russo, acabaram de ser concluídas (...). Consideramos desejável a continuação das negociações", afirmou.
A troca de prisioneiros de guerra é uma das poucas áreas de acordo entre Moscovo e Kiev.
Kiev e os aliados ocidentais têm vindo a apelar à Rússia, desde há semanas, para aceitar um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia.
Moscovo tem recusado tal iniciativa com o argumento de que uma pausa nos combates permitiria ao exército ucraniano, que tem lutado na linha da frente nos últimos meses, rearmar-se graças ao Ocidente.
A Rússia exige o fim das entregas de armas ocidentais a Kiev antes de se poder chegar a acordo sobre qualquer trégua.