
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar esta segunda-feira um decreto que formaliza o levantamento das sanções norte-americanas contra a Síria, um novo passo na aproximação entre os dois países após a queda de Bashar al-Assad. "Este é um esforço para promover e apoiar o caminho do país para a estabilidade e a paz", destacou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, aos jornalistas.
Leavitt especificou que os Estados Unidos manterão as suas sanções contra certos membros do antigo governo, incluindo Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia no final do ano passado.
O Presidente Trump surpreendeu toda a gente ao anunciar o levantamento das sanções norte-americanas durante uma visita a Riade, a 13 de maio, afirmando que queria "dar às novas autoridades em Damasco uma oportunidade de grandeza".
No dia seguinte, reuniu-se também com o Presidente interino da Síria, Ahmad al-Shareh, que liderou a coligação de grupos rebeldes islamitas radicais que derrubou o presidente sírio em dezembro.
Desde então, Washington suspendeu a maioria das suas sanções para facilitar o regresso da Síria ao sistema financeiro internacional e está a implementar autorizações para incentivar novos investimentos no país.
O Departamento de Estado emitiu uma isenção ao abrigo da "Lei César" para a proteção de civis na Síria. Esta lei de 2020 previa sanções severas contra qualquer entidade ou empresa que cooperasse com o regime deposto de Bashar al-Assad.
A Síria, governada pelo clã Assad há várias décadas, está sujeita a sanções internacionais desde 1979. Estas sanções foram reforçadas depois de o regime de Bashar al-Assad ter reprimido os protestos pró-democracia em 2011, que desencadearam a guerra.
O país do Médio Oriente é agora dominado pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Cham (HTS), que derrubou o regime de Bashar al-Assad. Anteriormente afiliado à Al-Qaida, o HTS cortou os seus laços com a organização 'jihadista' em 2016.
O decreto presidencial norte-americano irá desmantelar a arquitetura geral em torno das sanções dos EUA, incluindo a declaração de "emergência nacional" em 2004.
A Síria mantém-se na lista dos Estados patrocinadores do terrorismo.
A decisão dos EUA surge depois de o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Sa'ar, ter declarado hoje que Israel estava "interessado" em normalizar as relações com a Síria e o Líbano ao abrigo dos Acordos de Abraham.
Patrocinados pelo Presidente dos EUA durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, os chamados Acordos de Abraão, em 2020, permitiram ao Bahrein, aos Emirados Árabes Unidos, a Marrocos e ao Sudão estabelecer laços formais com Israel.