
O "USS Gerald Ford" vai zarpar para a Europa na próxima semana, anunciou hoje um oficial da Marinha norte-americana citado pela agência France Presse (AFP), e será o terceiro porta-aviões dos Estados Unidos destacado para o Médio Oriente.
As Forças Armadas norte-americanas realizaram vários exercícios na última semana, desde o início da guerra desencadeada em 13 de junho por Israel, um aliado de Washington, contra o Irão.
O "Gerald Ford", o mais recente porta-aviões norte-americano, vai deixar a base naval de Norfolk, na costa leste dos Estados Unidos, "na manhã de 24 de junho, para uma deslocação previamente agendada" para a Europa, segundo o oficial da Marinha citado pela agência de notícias AFP.
Primeiro navio de uma nova geração de porta-aviões, o "USS Gerald Ford" é um navio de propulsão nuclear de cem mil toneladas ao serviço desde 2017.
O porta-aviões "USS Carl Vinson" já estava presente no Médio Oriente há vários meses e participou na campanha de ataques dos Estados Unidos contra os rebeldes Huthis no Iémen, apoiados pelo Irão.
Por sua vez, o "Nimitz", que navegava no Mar do Sul da China, rumou esta semana para oeste e segue em direção ao Médio Oriente.
Nos últimos dias, numerosos aviões militares de grande porte partiram dos Estados Unidos em direção a bases militares norte-americanas na Europa, enquanto dezenas de aeronaves foram retiradas de uma base no Qatar, protegendo-as de possíveis ataques provenientes de Teerão.
Os Estados Unidos estavam a conduzir negociações indiretas com o Irão sobre o seu programa nuclear antes do início da ofensiva lançada por Israel, com a justificação de que o país estava prestes a possuir uma arma nuclear, uma acusação refutada por Teerão.
Após um encontro em Genebra, na Suíça, com as diplomacias britânica, francesa e alemã, o Governo iraniano manifestou hoje disponibilidade para voltar ao diálogo sobre o seu programa nuclear, mas só se Israel cessar os seus ataques.
Os chefes das diplomacias das principais potências europeias indicaram pelo seu lado que transmitiram ao governante iraniano o apelo para que Teerão retome as negociações que estavam em curso com os Estados Unidos antes do conflito, para evitar uma escalada regional.
Antes desta reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano descreveu hoje a ofensiva militar israelita como "uma traição" ao processo diplomático com os Estados Unidos, numa intervenção no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
A Casa Branca indicou na quinta-feira que o Irão tem capacidade para criar uma arma atómica em 15 dias se o líder supremo, Ali Khamenei, der a ordem, mas o Presidente norte-americano ainda não tomou nenhuma decisão sobre a participação de Washington no conflito, ao lado de Israel, nem sobre a utilização das poderosas bombas antibunker que possui para penetrar e destruir as unidades nucleares iranianas.
"Dado que existe uma possibilidade substancial de potenciais negociações com o Irão num futuro próximo, tomarei a minha decisão nas próximas duas semanas", afirmou, no mesmo dia, Donald Trump, numa declaração transmitida pela porta-voz presidencial.
O Governo norte-americano adotou hoje novas sanções para impedir Teerão de obter componentes úteis para a sua indústria de defesa.