
As autoridades iranianas denunciaram hoje um novo ataque à central subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordo, no centro do Irão, que foi atacada pelos Estados Unidos no fim de semana.
"O agressor [Israel] voltou a atacar a central nuclear de Fordo", disse um porta-voz da autoridade de gestão de crises da província de Qom à agência local Tasnim, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
"Não haverá qualquer perigo ou ameaça para os cidadãos", acrescentou a mesma fonte, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.
O complexo nuclear de Fordo, com capacidade de enriquecimento de urânio a 60%, segundo os especialistas, fica localizado a cerca 100 quilómetros a sul de Teerão, cuja área metropolitana tem uma população de 14 milhões de pessoas.
Fordo foi uma das instalações atacadas pelos Estados Unidos, único país que possui armamento capaz de perfurar a montanha onde a central foi construída.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, confirmou os ataques contra o Irão no 11.º dia da guerra contra o país da Ásia central, que incluem o centro de Teerão.
"O exército está a atacar com uma força sem precedentes alvos do regime e órgãos governamentais opressivos no coração de Teerão", afirmou Katz num comunicado, citado pela AFP.
Um dos ataques atingiu o portão da famosa prisão iraniana de Evin, em Teerão, informou a televisão estatal iraniana, citada pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
A televisão iraniana mostrou o que pareciam ser imagens de vigilância a preto e branco do ataque.
A prisão é conhecida por deter cidadãos com dupla nacionalidade e ocidentais, frequentemente utilizados pelo Irão como moeda de troca nas negociações com o Ocidente.
Evin tem também unidades especializadas para prisioneiros políticos e para os que têm ligações com o Ocidente, geridas pelos Guardas da Revolução, que responde apenas perante o líder supremo, 'ayatollah' Ali Khamenei.
As instalações são objeto de sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.
Outros alvos incluem o quartel-general dos Guardas da Revolução, a Praça da Palestina e o edifício do corpo paramilitar de voluntários Basij, que faz parte do corpo da guarda paramilitar, segundo o Ministério da Defesa israelita.
"O ditador iraniano será punido com toda a força por atacar a frente interna israelita", afirmou o ministério, segundo a AP.