
"A situação das atividades sísmicas verificadas teve uma evolução com tendência para uma redução significativa, com 22 eventos sísmicos, contrariamente aos mil eventos da noite anterior, consistente com um quadro cíclico de manifestações com picos como aqueles sentidos na noite de 02 de agosto", disse o ministro em conferência de imprensa.
O governante avançou, porém, que há necessidade de se manter o estado de alerta, face ao estudo que se continua a fazer no terreno, por uma equipa de quatro vulcanólogos.
O grupo de especialistas vai elaborar uma parecer, que, segundo Paulo Rocha, irá permitir decidir, "o quanto antes", sobre a manutenção do nível de alerta na ilha.
A ilha da Brava, a mais pequena e a mais a sul do arquipélago de Cabo Verde, registou na noite de segunda-feira vários abalos sísmicos, o que levou as autoridades cabo-verdianas a admitir, na terça-feira, a possibilidade de ocorrência de uma erupção vulcânica.
Cerca de 300 pessoas das localidades de Cova Joana, Mato e Fajã de Água, onde existem crateras vulcânicas e onde se registaram os abalos, foram transferidas para a cidade de Nova Sintra, com as autoridades a acompanhar de perto a situação.
Por agora, Paulo Rocha aconselhou as pessoas a continuarem em Nova Sintra, até o parecer dos técnicos que fazem a medição de gazes, o que poderá acontecer "a qualquer momento".
Paulo Rocha indicou que os elementos sísmicos estão a ser permanentemente monitorizados por instituições nacionais, com o auxílio de congéneres parceiras internacionais.
"Já se realizou um levantamento atualizado das condições e meios necessários para atender a qualquer situação que possa ocorrer na ilha da Brava, nomeadamente os acessos, os meios de mobilidade e evacuação", prosseguiu o ministro.
Paulo Rocha indicou que encontram-se de prontidão e alerta, meios navais nacionais, da Guarda Costeira e da marinha mercante nacional, mas também os parceiros internacionais, que já manifestaram toda a sua disponibilidade em apoiar Cabo Verde.
O Governo cabo-verdiano anunciou que já teve um encontro com a comunidade diplomática residente no país e tem estado a receber apoio de diversas instituições e de diversos países.
Quanto ao Gabinete de Crise, constituído na terça-feira para acompanhar a situação, o governante disse que irá permanecer em funções "durante todo o tempo que se entender necessário" e também garantirá uma comunicação diária ao país.
Hoje de manhã, em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o geofísico Bruno Faria, do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, disse que as pessoas já poderiam regressar às suas casas porque desde terça-feira à tarde não se registou qualquer abalo sísmico.
Brava é vizinha da ilha do Fogo, onde de novembro de 2014 a fevereiro de 2015 ocorreu uma erupção vulcânica, que causou avultados danos materiais, mas sem vítimas.
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