
"Hoje é o Dia Nacional do Jornalista na Venezuela e comemoramo-lo sem 20 de nós. Hoje, 20 jornalistas e trabalhadores da imprensa estão detidos e pelo menos 12 estão sob processo penal com medidas cautelares [de proteção de organismos internacionais]", denunciou o SNTp na sua conta da X, antigo Twitter.
Na mesma rede social o SNTP denuncia que "muitos" profissionais da comunicação social "tiveram de se exilar para continuar a fazer reportagens, outros fazem-no na clandestinidade e os restantes têm medo, mas continuam a contar" a história.
"Contamos porque nos dói, porque é necessário exigir justiça e porque vale a pena continuar a informar, apesar de tudo", sublinha.
Na X, o SNTP diz que os jornalistas e trabalhadores da imprensa Carlos Marcado, Nakary Ramos, Gianni González, Juan Alvarado, Rory Branker, Julio Balza, Leandro Palmar, Salvados Cubillán, Ángel Godoy, Gabriel González, Luis López, Ramón Centeno, foram detidos por exercerem profissionalmente a sua profissão.
Também que Juan Pablo Guanipa, Mario Chávez Cohen, Pedro Guanipa,Biagio Pilieri, Victor Hugas, José Camero, Roland Carreño e Carlos Julio Rojas, foram detidos devido "às suas opiniões e ativismo".
"Erguemos as nossas vozes para exigir a libertação total dos jornalistas detidos injustamente, o fim imediato da judicialização do jornalismo, o fim da censura, das ameaças, dos bloqueios e do encerramento dos meios de comunicação social, e garantias para a imprensa", explica.
Entretanto o SNTP lançou a campanha "O jornalismo conta: direitos, coragem, memória, futuro" uma iniciativa que exige a liberdade de jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social detidos "por se terem manifestado num país onde a censura é imposta".
"Continuamos a contar o país em que esperamos poder fazer jornalismo, cobertura de rua, aceder a informações públicas, fontes e a realizar este trabalho sem represálias", sublinha.
Entretanto, desde o Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS_VE), o jornalista César Batiz, denunciou, durante a entrega de prémios de jornalismo 2025, que desde as contestadas eleições presidenciais de julho de 2024, "há uma nova realidade de insegurança, de violência do Estado, que tem aumentado" no país e instou os jornalistas "a ser muito cuidadosos".
"Temos continuar a busca de informação e notícias, depois as vias e caminhos para informar e cuidar-nos (...) evitar perder a liberdade, porque se perdemos a liberdade não podemos buscar as notícias nem as vias para informar e isso significa inclusive um grande compromisso os jornalistas que estão no exílio", disse.
Explicou que é um assunto complicado porque os jornalistas querem "continuar a fazer jornalismo, têm a paixão, vontade, e sonho fundamental de ajudar a reconstruir a democracia na Venezuela, desde o que sabem fazer".
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