
Para o Secretário Geral da NATO, Donald Trump não violou a lei internacional ao decidir atacar instalações nucleares no Irão. "Diria que o ataque dos EUA é consistente com a lei internacional", afirmou esta segunda-feira Mark Rutte, na conferência de imprensa que antecede a Cimeira da NATO, que arranca amanhã em Haia, nos Países Baixos.
Questionado sobre se há "hipocrisia" no facto de os Aliados acusarem Putin de desrespeitar a lei internacional ao atacar a Ucrânia, mas não o ataque dos EUA ao Irão sem ter sido provocado, Rutte deixa claro que discorda totalmente, argumentando que o "maior medo" que tem é que o Irão tenha uma bomba nuclear. Já sobre a necessidade mudança de regime e a queda dos Ayatollahs - como sugerido por Trump - escusou-se a comentar.
Numa altura em que o Chefe do Governo Espanhol, Pedro Sanchéz, garante em casa que "fechou um acordo com a NATO" que não obriga Espanha a gastar 5% do PIB em defesa até 2035, o Secretário-Geral da NATO vem dizer que afinal "não exceções (opt outs)" para o cumprimento da meta dos 5% que vai ser fechada por todos.
Depois de ter escrito a Sánchez a "confirmar que o acordo da Cimeira vai dar a Espanha a flexibilidade para determinar o próprio caminho soberano para alcançar os alvos capacitários e os recursos necessários em percentagem do PIB". Vem agora esclarecer que "não há acordos paralelos na NATO", deixando em aberta a questão: afinal porque escreveu ao chefe do Governo espanhol e o que quis dizer com a carta enviada este domingo.
Rutte desvaloriza o envio da carta que Sánchez está a usar internamente e abertamente para provar à oposição que Espanha terá apenas de cumprir uma meta de 2,1% do PIB de despesa militar pura e dura e não os 3,5% que estão no acordo que será assinado pelos líderes na quarta-feira. Os restantes 1,5% são para gastos relacionados com segurança, como infraestruturas de uso dual.
O chefe do Governo espanhol argumenta que para cumprir os "alvos capacitários", ou seja as capacidades militares com que Espanha se comprometeu para a defesa coletiva da NATO apenas tem de gastar 2,1% do PIB. Rutte vem agora deixar claro que não acredita nas contas de Sánchez: "a NATO está absolutamente convencida de que vai ter de gastar 3,5%".