
A Rússia lembrou hoje à diplomacia norte-americana, na sequência de um apelo para o fim imediato da guerra, que o acordo de paz deve ser assinado com a Ucrânia, e não com os Estados Unidos.
Numa chamada telefónica no domingo com o homólogo russo, Serguei Lavrov, o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, defendeu a "necessidade de acabar com a guerra agora".
"O acordo de paz deve ser assinado com a Ucrânia e não com os Estados Unidos", respondeu o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Peskov afirmou que a Rússia aprecia "os esforços enérgicos" da atual administração norte-americana, liderada por Donald Trump, mas insistiu na necessidade de resolver as causas profundas do conflito.
"Compreendemos que Washington quer um sucesso rápido neste processo. Ao mesmo tempo, compreendemos que as causas profundas da crise ucraniana são demasiado complexas para serem resolvidas de um dia para o outro. Há muitas 'nuances' que têm de ser consideradas", afirmou.
Quanto a um possível encontro entre do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, com Trump, o porta-voz do Kremlin disse que os contactos diretos ao mais alto nível são sempre eficazes e ajudam a resolver as diferenças.
Acrescentou que, se necessário, esse contacto será feito, uma vez que foram restabelecidos os canais de comunicação entre Moscovo e Washington.
"Continuamos confiantes de que os esforços dos Estados Unidos serão bem sucedidos e o Presidente Putin está pronto para [apoiar] esse processo", afirmou.
Peskov insistiu que Putin apoia um cessar-fogo e um acordo político e diplomático, mas que é necessário responder primeiro a algumas perguntas.
Referiu-se, nomeadamente, a quem irá garantir que a trégua é respeitada e que Kiev não a utiliza para se reagrupar e rearmar.
Peskov disse ainda que Putin manifestou recentemente disponibilidade para manter "conversações diretas com os ucranianos sem condições prévias" e que essa vontade se mantém.
"Infelizmente, ainda não ouvimos qualquer declaração ou comentário de Kiev, por isso não sabemos se está disposta ou não", acrescentou o porta-voz de Putin.