O Presidente da Rússia declarou que o país está disposto a negociar com a Ucrânia e que a conquista do Donbass é a “prioridade número um”. “Se estamos prontos para negociar com eles? Nunca recusámos”, disse Vladimir Putin num fórum económico em Vladivostok, no Extremo Oriente russo. “Se surgir um desejo de negociar [por parte da Ucrânia], não recusaremos”, acrescentou.

O chefe de Estado russo ressalvou, no entanto, que as conversações terão de se basear nas conclusões das negociações que tiveram lugar na primavera de 2022, em Istambul. Moscovo tinha excluído quaisquer conversações tendo em conta a ofensiva da Ucrânia, em agosto, contra a região russa de Kursk.

Já Volodymyr Zelensky exigiu “resultados visíveis” ao Governo ucraniano, depois da maior remodelação ministerial desde o início da invasão russa, em 2022. “É fundamental que as instituições governamentais funcionem agora tão ativamente quanto possível – mais ativamente do que antes – a todos os níveis”, defendeu o Presidente ucraniano no habitual discurso diário à nação.

Outras notícias do dia:

⇒ O diplomata Andrii Sybiga foi confirmado pelo Parlamento ucraniano como novo ministro dos Negócios Estrangeiros, em substituição de Dmytro Kuleba, que se demitiu no âmbito da ampla remodelação governamental em curso. Sybiga, de 49 anos, foi indicado para o cargo pelo partido Servo do Povo, do Presidente ucraniano.

⇒ A propósito da alteração, o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, disse que a União Europeia espera “poder continuar a cooperar muito bem com os futuros homólogos ucranianos”, da mesma forma que aconteceu “com os ministros cessantes”.

⇒ Kuleba manteve com o secretário de Estado norte-americano a última conversa com o homólogo antes de deixar o cargo. “Estou grato pelos anos de colaboração, que levaram a uma amizade muito próxima”, escreveu na rede social X, agradecendo também a Antony Blinken por lhe ter telefonado antes de a demissão ser efetivada e pelo apoio à Ucrânia desde o início da guerra.

⇒ O número de mortes no ataque russo que atingiu na terça-feira um instituto militar em Poltava, no centro da Ucrânia, subiu para 55, anunciaram as autoridades ucranianas. O ataque causou também 328 feridos. “É possível que até cinco pessoas estejam debaixo dos escombros. As operações de busca continuam”, indicaram.

⇒ O secretário-geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que a Ucrânia obteve ganhos significativos na ofensiva na região russa de Kursk, admitindo, porém, a dificuldade em prever a evolução. “Conseguiram muito. Conseguiram tomar o controlo do território russo, causaram perdas às forças russas e mostraram a sua capacidade de atuar como fizeram em Kursk”, destacou, numa conferência em Oslo.

⇒ O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente ucraniano vão reunir-se na sexta-feira em Frankfurt, informou a diplomacia de Berlim. O encontro acontece no mesmo dia de uma reunião do grupo de contacto dos aliados da Ucrânia em Ramstein, base aérea dos Estados Unidos na Alemanha, onde se espera que os ministros da Defesa e responsáveis militares discutam o apoio a Kiev.

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