O novo sistema de videovigilância que entrou hoje em actividade, com 81 câmaras na baixa da cidade do Funchal, deverá provocar "uma redução significativa da criminalidade". A previsão é do subintendente Dario Sanguedo. À margem da inauguração do dispositivo, o comandante da divisão policial do Funchal explicou que noutras cidades portuguesas, após a instalação de sistemas semelhantes, verificou-se uma redução da criminalidade na ordem dos 30 a 40%.

Os equipamentos que entraram hoje oficialmente em actividade custaram 1,2 milhões de euros e foram financiados pela Câmara Municipal do Funchal. As 65 câmaras fixas e 16 rotativas foram instaladas em dois eixos – o corredor pedonal que vai da Rotunda do Infante até ao Mercado dos Lavradores (que inclui Avenida Arriaga e Rua Fernão Ornelas) e a frente marítima (desde o porto do Funchal e toda Avenida do Mar), sendo as zonas onde se registam mais ocorrências criminais. O sistema é operado num centro de controlo instalado no Comando Regional da PSP e por pessoal desta força policial. As imagens recolhidas podem ser utilizadas como meio de prova no âmbito de processos criminais. Houve necessidade de cumprir todas as obrigações em matéria de protecção de dados pessoais. As imagens de eventuais espaços privados (janelas, portas, acessos, etc.) que se encontram no ângulo de captação das câmaras são automaticamente distorcidas.

A presidente da CMF, Cristina Pedra, sublinhou que os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) mostram que o Funchal é uma cidade segura. “Estamos numa cidade segura mas não é uma cidade onde não há crime”, adiantou a autarca, que não tem dúvidas de que o investimento realizado na videovigilância vai contribuir para prevenir a criminalidade e promover a segurança no município, por ser um factor dissuasor de comportamentos ilícitos e que possibilita uma resposta mais rápida da PSP às ocorrências. Cristina Pedra realçou outras medidas que o actual executivo camarário tomou nesta área, como a criação do Conselho Municipal de Segurança e o novo regulamento dos horários de actividades ruidosas, as quais contaram com a colaboração da PSP.

Também o director nacional da PSP, superintendente-chefe Luís Carrilho, destacou a “excelente colaboração” que Governo Regional e a CMF têm mantido com a força policial, permitindo concretizar projectos como o da videovigilância. O responsável disse que este sistema não substitui os polícias, mas “contribui para a melhoria do serviço de segurança pública que é prestado” pela PSP e para o sentimento de segurança na cidade e na Região. O mesmo oficial acredita que a videovigilância vai contribuir para que mais turistas visitem a Madeira. Por fim, fez um apelo aos jovens para que aproveitem os concursos de recrutamento que a PSP está a lançar e abracem uma carreira profissional como agentes, chefes ou oficiais.