A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, alertou o Presidente Donald Trump de que o seu nome aparecia nos ficheiros relativos ao caso Jeffrey Epstein, durante uma reunião realizada na primavera, que contou também com a presença do vice-procurador, Todd Blanche, escreve o jornal “The New York Times”.

Durante o encontro, Bondi e Blanche informaram Trump de que o seu nome, juntamente com os de outras figuras públicas, surgiu na análise de documentos anteriormente não divulgados ligados ao caso Epstein. Fontes oficiais indicam que a procuradora-geral se reúne frequentemente com Trump para o manter atualizado sobre vários assuntos.

O nome de Trump, que foi amigo do multimilionário Epstein, já constava noutros documentos ligados à investigação. Em fevereiro, num encontro na Casa Branca, Bondi terá entregado uma série de dossiês com informação relacionada com o caso, incluindo contactos da ex-mulher de Trump e da sua filha.

Num comunicado conjunto, Bondi e Blanche referem: No âmbito do nosso briefing de rotina, informámos o Presidente sobre os factos apurados. Nada nos documentos justificava a abertura de uma nova investigação ou ação judicial.

Contactado sobre o conteúdo da reunião, o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, recusou comentar os detalhes, mas desvalorizou qualquer ligação de Trump a condutas ilegais: “Trata-se de fake news (notícias falsas). Trump expulsou Epstein do clube Mar-a-Lago por comportamento inapropriado.”

Segundo fontes do Departamento de Justiça, é prática comum manter alguns responsáveis da Casa Branca informados sobre os desenvolvimentos de uma investigação, algo permitido por lei.

Um colaborador próximo de Trump afirmou, sob anonimato, não haver preocupações entre a equipa presidencial sobre as novas informações, uma vez que o nome do Presidente já havia sido mencionado na primeira vaga de documentos tornados públicos por Bondi.

Texto escrito por Nadja Pereira e editado por Hélder Gomes.