O Presidente de Israel, Isaac Herzog, denunciou hoje que o antissemitismo "ganhou força em múltiplas formas em todo o mundo" e apelou ao povo israelita para assumir a responsabilidade de "continuar a escrever a história judaica".

"Ao comemorarmos este ano o Dia da Independência de Israel, escutemos com atenção esta dádiva da nossa ligação: o privilégio e a responsabilidade que temos de continuar a escrever juntos a nossa história judaica", afirmou o chefe de Estado israelita, no âmbito de uma cerimónia que assinalou a efeméride.

Numa mensagem de vídeo divulgada na cerimónia por ocasião do 77.º aniversário da fundação do Estado de Israel, Herzog sublinhou que o país não pode "começar a curar-se verdadeiramente" enquanto os reféns israelitas feitos pelo grupo radical palestiniano Hamas no ataque de 07 de outubro de 2023 permanecerem em cativeiro.

"Os nossos corações partem-se perante a atrocidade contínua dos nossos irmãos e irmãs enterrados vivos ou mortos no subsolo, numa violação brutal de todos os códigos legais, humanos e éticos", defendeu o Presidente.

"Desde 07 de outubro que nós, em Israel, lutamos pela segurança e integridade da nossa sociedade. Muitos, tanto em Israel como em comunidades de todo o mundo, mantêm-se na linha da frente, enfrentando a ameaça sombria do terror que nos desafia a todos e defendendo a própria estrutura do mundo livre", acrescentou Herzog.

O chefe de Estado israelita lembrou que, embora os tempos de guerra tragam dor e luto, são também momentos que realçam o espírito de solidariedade e resiliência do povo judeu.

"A nossa viagem é mais longa e o nosso propósito é mais amplo do que qualquer período de luto. (...) É nosso dever continuar a lutar pelos nossos reféns, pelo nosso legado ético e pelo nosso futuro partilhado", concluiu.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do grupo radical palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro de 2023. O ataque causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

A resposta israelita provocou mais de 51.000 mortos em Gaza, bem como a destruição de uma parte significativa das infraestruturas do território palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.