Patrice Trovoada, que discursava no debate parlamentar sobre o estado da nação, justificou que o país "padece de inúmeros constrangimentos", que considerou resultantes da "pequinês e das opções que durante vários anos foram feitas".

Todavia, sublinhou também que o ano passado foi de "esperança renovada e de algumas mudanças positivas", lamentando que a crise económica que afeta os países parceiros de São Tomé e Príncipe tenha impedido um maior investimento privado e publico no arquipélago.

Patrice Trovoada diz que o país "precisa de avançar, precisa de transformação" e promete para este ano "conquistas que contribuam decisivamente para a resolução das principais questões que condicionam o progresso económico, social e cultural".

Durante o debate, que se prolongou por cerca de cinco horas, os deputados da oposição criticaram o chefe do executivo são-tomense, entre outras coisas, por alegadas "excessivas" viagens ao estrangeiro.

"Durante um ano de governação o senhor primeiro-ministro fez 58 viagens oficiais. Dessas 58 viagens, em média o senhor permanece fora cinco dias. Quer com isso dizer que o senhor vive fora em média anual 290 dias", disse o deputado Vasco Guiva, do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD).

Vasco Guiva fez as contas e concluiu que em média, nas deslocações efetuadas ao estrangeiro, o primeiro-ministro "terá levado do erário público mais de 40 mil milhões de dobras, o equivalente a 1,8 milhões de euros".

"Esse valor poderia resolver alguns problemas da nossa população. Que país nós queremos transformar? num Dubai, num estado falhado ou num país em que temos um primeiro-ministro que vive voando", questionou o deputado da oposição.

Os números avançados pelo deputado foram, entretanto, desmentidos pelo chefe do governo são-tomense que contrapôs com pouco mais de 100 mil euros, gastos com suas viagens para o estrangeiro.

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Lusa/fim