Expresso

Armando Vara pode ter de regressar à prisão. O tribunal entende que o antigo governante tem de cumprir dois anos e seis meses da pena que tinha sido perdoada por causa da pandemia. A defesa de Vara vai recorrer.

Segundo o acórdão, Armando Vara já não pode beneficiar do perdão da Covid-19, uma vez que a lei especial já não está em vigor.

Criada de propósito durante a pandemia, a lei permitiu a libertação de vários reclusos com menos de metade da pena por cumprir. Foi o caso do antigo governante, em outubro de 2021.

Os juízes entendem agora que esse perdão da pena deixa de ser aplicável ao novo cúmulo jurídico de cinco anos e seis meses, referente aos casos da Operação Marquês e Face Oculta, nos quais Vara foi condenado por três crimes de tráfico de influência e um crime de branqueamento de capitais.

O antigo ministro do governo socialista, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo vice-presidente do BCP, quer, no entanto, evitar o regresso imediato à prisão e vai recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa, para tentar reverter esta decisão de primeira instância.

Armando Vara sempre clamou inocência, mas tem ainda, segundo o jornal Observador, de cumprir dois anos e seis meses de prisão efetiva, descontando o tempo em que esteve preso, no âmbito dos dois processos.