"Daqueles terroristas conhecidos como líderes, as Forças de Defesa e Segurança já abateram 30", dos quais 10 são da Tanzânia, país que faz fronteira com Cabo Delgado, disse o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma visita à província de Gaza, no sul de Moçambique, esta semana.

O número de líderes mortos dos grupos armados pode ser "muito maior" do que o anunciado, alertou Bernardino Rafael, referindo-se aos que eventualmente morrem nas suas bases devido aos ferimentos durante os confrontos.

Segundo o responsável da polícia moçambicana, além dos mortos, há também líderes dos grupos armados que estão feridos e que, por isso, "estão nas bases e não estão operacionais".

"É uma realidade e as operações continuam, estamos a cumprir a ordem do comandante-chefe: perseguir a liderança para enfraquecer o inimigo", declarou o comandante-geral da PRM.

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou na sexta-feira, em Maputo, que o "líder dos terroristas" no país, Bonomade Machude Omar, foi "colocado fora de combate", mas alertou que a luta contra o terrorismo continua.

Desde 2017, a província moçambicana de Cabo Delgado, rica em gás natural, está a ser aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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