Os passageiros do voo FR6051, de terça-feira, proveniente do Porto e com destino à Madeira, agendado para as 16h50, ficaram retidos na aeronave mais de 3 horas na pista do Porto Santo.

Ao DIÁRIO uma passageira explica que estavam na aeronave, perto das 18h30, tendo o piloto informado que iam iniciar a descida, contudo depois de andar às voltas informou "que devido o limite do vento não era possível aterrar". Conta que ficaram pelo menos meia hora sem qualquer informação.

Já pelas 19h30 foram informados que teriam de divergir para o aeroporto do Porto Santo. "Aterramos no Porto Santo eram 19h37 e ficamos na pista, dentro do avião, no Aeroporto do Porto Santo, mais de 3 horas e meia, sem qualquer tipo de comida, de água".

Relata que não houve grande informação enquanto estiveram na aeronave. Os passageiros, com o passar do tempo, solicitaram por água e comida e uma das comissárias de bordo terá dito que não tinham ordens para fornecer bens alimentares gratuitamente. "Disse que se quiséssemos comida, que era água e batatas fritas, teríamos de pagar."

Os passageiros foram entretanto informados que podiam abandonar a aeronave, mas as bagagens teriam de ficar.

O tempo foi passando e pelas 23 horas, sem qualquer comida e água, uma outra passageiro terá solicitado novamente a oferta de comida. "Uma senhora que estava a reclamar do facto de não haver água e das próprias hospedeiras não estarem a proporcionar comida e bebida. As hospedeiras fizeram queixa e a Polícia [de Segurança Pública] apareceu no voo. As pessoas estavam frustradas porque só queriam comida e bebida".

Cerca de meia hora depois tentaram nova aterragem na Madeira, contudo não foi possível e regressaram novamente ao Porto Santo.

À saída da aeronave, na ilha dourada, já pela 1 hora da manhã, os passageiros receberam uma mensagem a informar que teriam de encontrar alojamento e transporte. Foram disponibilizados alguns colchões para que pernoitassem no aeroporto, mas continuaram sem acesso a comida.

Apesar de todos os inconvenientes ao longo de mais de 8 horas, tiveram o voo reagendado para as 13h50 de hoje.

Na chegada à Madeira, alguns passageiros terão se dirigido ao balcão da companhia aérea para pedir mais esclarecimentos e até reclamar, mas este estava encerrado. "Fui ver o horário de atendimento e às quartas-feiras tinha de estar aberto entre as 4h00 e as 7h35 e, das 8h45 às 11h e das 13h05 às 16h25. Eu cheguei ao balcão e eram 14h51, ou seja estavam no horário de funcionamento e estava fechado sem ninguém", termina.

O DIÁRIO tentou contactar a companhia aérea mas até ao momento não obteve resposta.