
Saber o que se passou dentro do Conclave é quase impossível. A partir do momento em que as portas da Capela Sistina se fecharam, as decisões (e os momentos) ficam com os 133 cardeais que, no segundo dia de votação, chegaram a um consenso e elegeram um novo líder da Igreja Católica: o cardeal norte-americano Robert Prevost, Papa Leão XIV.
No entanto, isso não impede que alguns rumores se espalhem e que algumas informações sejam divulgadas. O cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e “braço direito” do Papa Francisco, era o principal favorito, mas já diz o velho ditado vaticanista: “Quem entra Papa no Conclave, sai cardeal” e foi exatamente isso que aconteceu.
De acordo com o Corriere della Sera, na segunda votação de quinta-feira, Parolin tinha conquistado mais votos, cerca de 50, enquanto 38 cardeais tinham votado em Prevost. Nesse momento, ainda nenhum tinha conquistado a maioria de dois terços necessária para ser declarado Papa: pelo menos 89 votos.
A situação ter-se-á invertido na votação seguinte e, tal como aconteceu em 2013 com o Papa Francisco, os votos viraram-se para o cardeal norte-americano, que, na quarta votação, ultrapassou a marca dos 89.
Segundo a Sky News, devido à dificuldade em reunir consenso entre os cardeais eleitores nas três primeiras votações, Parolin terá desistido da disputa e manifestado apoio a Prevost.
Outra teoria, revelada pelo El Pais, dá conta de um alegado acordo entre Parolin e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, igualmente considerado um dos favoritos à eleição papal.
Este entendimento previa que, caso Parolin viesse a ser eleito, Tagle assumiria a posição de Secretário de Estado.
O que é certo é que Robert Prevost conseguiu mais de dois terços dos votos e foi eleito Papa. E foi Parolin quem teve de perguntar ao cardeal americano se aceitava ou não a nomeação. A resposta foi sim e, após a quarta votação, o fumo branco saiu da chaminé da Capela Sistina: estava eleito o Papa Leão XIV.
Os possíveis trunfos do novo Papa
Um dos trunfos de Prevost pode ter sido Timothy Dolan, cardeal de Nova Iorque e um dos favoritos de Donald Trump. A proximidade ao Presidente dos Estados Unidos pode não ter sido um bom cartão de boas-vindas, mas, segundo o jornal italiano Today, Dolan dedicou-se a endereçar o olhar dos cardeais para outro americano presente no Conclave, Robert Francis Prevost.
A forma como Parolin entrou no Conclave também pode ter influenciado a escolha. Além do forte estatuto de papabili, rumores de uma saúde frágil rondavam o cardeal italiano, mesmo tendo estes sido desmentidos pelo Vaticano.