
O aumento das violações dos direitos humanos no Burundi durante o período eleitoral de janeiro de 2024 a maio de 2025, preocupa o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, que hoje divulgou dados sobre essa realidade.
"Entre janeiro de 2024 e maio de 2025, organizações da sociedade civil do Burundi", país da África Oriental, "documentaram pelo menos 200 casos de violência sexual --- incluindo violação de crianças ---, 58 desaparecimentos forçados, 62 atos de tortura, 892 detenções arbitrárias e 605 execuções extrajudiciais", de acordo com o comunicado da agência das Nações Unidas (ONU).
A agência para os Direitos Humanos da ONU frisou que estas violações foram cometidas "por agentes do Estado ou por indivíduos que agiram com a sua cumplicidade", incluindo membros do Serviço Nacional de Inteligência da polícia, a milícia juvenil do partido no poder conhecida como Imbonerakure (justiça popular), "num clima de impunidade generalizada".
Estas violações dos direitos humanos, denuncia, "estão a ser utilizadas para intimidar a população durante os períodos eleitorais, em benefício do partido no poder", o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia -- Forças para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD).
Os relatores da ONU denunciaram também um aumento "alarmante dos casos de desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, tortura e violência sexual".
Os especialistas em direitos humanos realçam a necessidade urgente de garantir que as vítimas tenham acesso a cuidados adequados, incluindo serviços de saúde sexual e reprodutiva abrangentes e gratuitos e apoio psicológico.
Em 05 de junho deste ano, o partido político no poder conquistou todos os assentos na Assembleia Nacional com 96% dos votos.
Desde o final de dezembro de 2023, as organizações da sociedade civil do Burundi já tinham referido um aumento dos casos de desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e execuções sumárias de jornalistas, defensores dos direitos humanos e opositores políticos, recordou a ONU.