Intitulado "P-STAGE - Portuguese-Speaking Theatre Actors Gather Energies/IV Estágio Internacional de Atores Lusófonos", o projeto foi aprovado no âmbito do Programa ACP -- UE para os Setores Culturais dos Países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP), tendo obtido o financiamento máximo, de 500 mil euros, previsto no regulamento do concurso.

"É a primeira vez que é ganho em Portugal, é motivo de grande satisfação. É pena acontecer numa altura em que a Cena Lusófona se encontra sem financiamento por parte da secretaria de Estado da Cultura, o que torna muito difícil obter a participação portuguesa [120 mil euros]", disse hoje à agência Lusa o presidente da associação, António Augusto Barros, ao adiantar que estão a ser feitas diligências para arranjar financiamento público e privado.

Reforçar as competências dos atores lusófonos e as capacidades culturais e organizacionais dos seus grupos e companhias e consolidar o intercâmbio teatral entre os países de língua portuguesa são alguns dos objetivos do "P-STAGE".

O projeto da Cena Lusófona tem como parceiros o Elinga Teatro (Angola) e a AD -- Ação para o Desenvolvimento (Guiné-Bissau) e abrange, na produção teatral, os domínios da formação, criação e digressão/programação.

O "P-STAGE" arranca este ano, tem a duração de 30 meses e terá como resultados um espetáculo de teatro criado em condições profissionais com atores portugueses, brasileiros, angolanos, guineenses e são-tomenses, com apresentações internacionais, numa digressão por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.

Os seus destinatários diretos -- segundo um texto sobre a iniciativa -- são jovens atores, que receberão formação artística e técnica e integrarão a coprodução internacional.

De acordo com Pedro Rodrigues, da Cena Lusófona, o projeto envolve diretamente cerca de 100 pessoas.

Começa com "workshops" de um mês nos três países africanos participantes, cada um deles culminando na apresentação de um espetáculo de teatro, e prossegue com a construção e estreia da coprodução internacional, com atores dos cinco países lusófonos, juntando agora os selecionados na primeira fase e atores profissionais de três companhias de Portugal e Brasil.

A digressão intercontinental do espetáculo, incluindo várias cidades portuguesas, Guiné-Bissau, Angola e Brasil (Salvador da Bahia e São Paulo), constitui a terceira fase do projeto, que prevê ainda, entre outras ações, a gravação de todo o processo de trabalho para um documentário em DVD.

Com sede em Coimbra, a Cena Lusófona iniciou as suas atividades em 1995, dedicando-se ao intercâmbio teatral entre os países de língua portuguesa.

MCS.

Lusa/fim