Benjamin Netanyahu garante que, no final da ofensiva lançada este fim-de-semana, “todos os territórios da Faixa de Gaza estarão sob o controlo de segurança de Israel”.

Na primeira conferência de imprensa desde dezembro, o primeiro-ministro de Israel garantiu ainda que está “preparado” para terminar com a guerra desde que haja “condições claras que garantam a segurança de Israel”. Essas condições envolvem a libertação de todos os reféns, que os dirigentes do Hamas sejam exilados e que a região seja “completamente desarmada”. Acrescentou ainda que os cidadãos que poderão sair de Gaza, se assim o desejarem. Desta forma, Israel vai “aproveitar ao máximo o plano de Trump”, que é “correto” e “revolucionário”.

Mostrou ainda estar disponível para um acordo de cessar-fogo temporário e de libertação dos reféns, caso surja essa oportunidade. Há ainda 20 reféns vivos capturados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, enquanto 30 já estarão mortos.

Face a pressões “incríveis” para parar a guerra, Netanyahu responde que aceder a esse pedido seria “manter o Hamas no comando de Gaza”. O país já alcançou “muito” do seu objetivo “claro e justificado” de derrotar o Hamas, mas o “trabalho ainda não acabou”. Indicou ainda que o exército israelita “provavelmente” matou o líder do grupo, Mohammed Sinwar, na semana passada.

Relativamente às críticas do líder da oposição, Yair Golan, que avisou que Israel se está a “tornar um Estado pária” e acusou o governo de “matar bebés como passatempo”, Netanyahu considerou que estas acusações “colocam combustível nas chamas globais do antissemitismo”. Salientou ainda que os soldados e as famílias das vítimas lhe pedem para ir “até ao fim”. “Estamos aqui juntos, até à vitória, até ao fim”, disse.

Como os “maiores amigos” de Israel não aceitam uma crise humanitária em Gaza, vai ser implementado um plano

Apenas um dia após a ONU ter avisado de que catorze mil bebés podem morrer sem a entrada de ajuda humanitária no enclave, Netanyahu explicou que tem comunicado com os “maiores amigos” de Israel. que o apoiam totalmente e irão enviar ajuda militar, mas que “não podem aceitar uma situação de crise humanitária em Gaza”. Por isso, desenvolveu com os Estados Unidos um plano de três fases para distribuir alimentos básicos à população.

O programa incluiu a abertura de locais de distribuição de alimentos por empresas americanas protegidas pelas forças israelitas “para evitar uma crise humanitária imediata” e a criação de uma “zona estéril” no sul, onde os civis podem receber “assistência humanitária total”.

A coordenação com os EUA estende-se ainda ao Irão, uma “grande ameaça” para Israel. O primeiro-ministro israelita espera que o parceiro norte-americano alcance um acordo que impeça o Irão de adquirir armas nucleares. “Em todo o caso, o Estado de Israel mantém o direito de se proteger de um regime que está pronto a destruí-lo”, afirmou.