
A mortalidade infantil aumentou 20% no ano passado. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o distrito de Setúbal é o mais preocupante. O aumento verifica-se num ano marcado pelo encerramento de várias urgências de obstetrícia, ginecologia e pediatria.
Em Portugal, no ano passado, morreram 252 bebés com menos de 1 ano. Três mortes por cada mil nascimentos. Em 2023, contabilizaram 210 óbitos.
Segundo os números do INE avançados pelo Correio da Manhã, a mortalidade infantil aumentou 20% em relação a 2023, a taxa mais elevada desde 2019.
Num ano marcado por encerramentos de urgências de ginecologia, obstetrícia e pediatria, para quem já esteve à frente do colégio de pediatria é preciso analisar as diferentes variáveis.
A situação é mais preocupante em Setúbal. A taxa de mortalidade é de 3,7 em cada mil nascimentos, acima da média europeia.
Em janeiro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) criou uma comissão que, em 3 anos, irá analisar área geográfica, condições socioeconómicas e acesso a cuidados de saúde para perceber os fatores que podem estar associados à mortalidade infantil.
Ministra reconhece que é preciso "medidas adicionais"
A ministra da Saúde, Ana Paula Marins, reconhece que o aumento da mortalidade infantil exige "medidas adicionais".
Em declarações aos jornalistas, reconhece que a falta de investimento nos cuidados materno-infantis nos últimos anos pode ajudar a explicar os números.
"Ninguém pode dizer hoje que não está relacionado com a diminuição, nos últimos anos, do investimento que precisamos de fazer na área materno-infantil", afirma.