
O famoso Templo Shaolin da China anunciou este domingo, em comunicado partilhado na plataforma de mensagens Weixin, que Shi Yongxin conhecido como "monge CEO" está sob investigação conjunta em vários departamentos do mosteiro.
De acordo com a administração do mosteiro budista, Yongxin é suspeito de "desvio de fundos de projetos e bens do templo" e "violação grave de preceitos budistas".
Tradicionalmente, espera-se que os monges budistas na China façam um voto de celibato, mas Yongxin é acusado de "relacionamentos impróprios com várias mulheres por um longo período" que resultaram em "filhos ilegítimos".
As acusações contra o controverso "monge CEO", assim conhecido pelos seus esforços empresariais que transformaram o mosteiro num império comercial, não são novidade. Há 10 anos, como noticiava a CNN, o abade foi acusado de obter vantagens em proveito próprio e de ser um mulherengo, já na altura com alegações da existência de "filhos ilegítimos"
Na altura, o denunciante que se autodenominava Shi Zhengyi — ou “interpretador da justiça” em chinês — incluiu documentos que datam do final da década de 1980, em que se mostrava Shi Yongxin a ser expulso de Shaolin após roubo e outras acusações de seu próprio mestre.
Entre as provas estava uma certidão de nascimento de um dos supostos filhos ilegítimos do abade com uma amante, bem como fotos da mãe e da criança.
Líder budista controverso
Shi Yongxin nunca foi consensual desde que ele se tornou abade do famoso Templo Shaolin em 1999. Segundo a CNN, o abade "politicamente astuto e amigo da comunicação social, é frequentemente visto a viajar pelo mundo de iPhone na mão e em encontros com líderes mundiais e gigantes da indústria", como a Rainha Elizabeth II ou o CEO da Apple, Tim Cook.
Há anos que o seu estilo de vida gera debate, com relatos de um carro de luxo ou até um manto de 25 mil dólares dado por autoridades locais. Havia ainda rumores de prostitutas e amantes ligadas ao monge.