Miguel Albuquerque rejeita que o PSD Madeira tenha recebido financiamento ilícito por parte de qualquer empresa e fala em “ataques” ao seu “bom nome”. O presidente do governo regional madeirense e presidente dos sociais-democratas na Madeira reage assim à operação policial que levou, esta terça-feira, à detenção de oito pessoas, por suspeitas de crimes económicos e financeiros.
Num comunicado assinado pelo próprio Miguel Albuquerque, o líder madeirense nega a existência de “quaisquer financiamentos ilícitos a seu favor, por parte da Empresa Dupla DP ou de quaisquer outras empresas”, no âmbito das campanhas realizadas pelo PSD na Madeira.
Albuquerque alega que as relações comerciais entre o PSD/Madeira e a empresa “estão plasmadas em faturas e recibos, cujo pagamento é do conhecimento do Partido a nível nacional, assim como dos revisores do Partido e dos Auditores do Tribunal Constitucional”.
O presidente do PSD Madeira sublinha também que as contas do partido na região autónoma são, todos os anos, “apresentadas aos Militantes e auditadas pelo Partido Nacional e pelo Tribunal Constitucional”.
Apesar de referir uma “total abertura” para colaborar com as autoridades na “busca pela verdade”, Miguel Albuquerque fala em “ataques ao seu bom nome” e diz querer ver apurados “os responsáveis que estiveram na base desta investigação”.
A operação "AB INITIO"
A Polícia Judiciária fez, esta terça-feira, sete detenções, no âmbito da operação policial "AB INITIO", que envolveu 43 mandados de buscas, entre elas em quatro secretarias regionais e câmaras municipais.
Em causa estão suspeitas de crimes económicos e financeiros, nomeadamente participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.
Entre os detidos estão autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.
A investigação estará relacionada com as buscas e detenções que ocorreram no início do ano, na ilha da Madeira, e que envolveram entre os suspeitos Miguel Albuquerque.