A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, vai ser a única candidata às eleições internas para a presidência do partido, marcadas para 19 de julho, e propõe uma direção que integra antigos apoiantes da ex-deputada Carla Castro.

A data limite para a apresentação de candidaturas à Comissão Executiva da IL, a direção do partido, terminou esta sexta-feira à meia-noite. No entanto, a assessoria de imprensa do partido só divulgou este domingo à noite o número de candidaturas, argumentando que pretendia informar os militantes antes da comunicação social.

Segundo o partido, Mariana Leitão foi a única que decidiu avançar com uma candidatura à liderança da IL nas eleições internas que se vão realizar na X Convenção Nacional do partido, em 19 de julho em Alcobaça.

Uma lista com ex-opositores

Na lista que Mariana Leitão propõe à direção do partido, e que foi igualmente divulgada no domingo, Rui Rocha - que apresentou a demissão da liderança em 31 de maio - sai da Comissão Executiva e o deputado Mário Amorim Lopes, que era até agora vogal, sobe a vice-presidente.

André Abrantes Amaral, que foi cabeça de lista da IL em Leiria nas últimas legislativas e era até agora vogal , também é proposto para vice-presidente, assim como Paulo Trezentos, que integrava o Conselho de Fiscalização do partido.

Dos atuais vice-presidentes, Ricardo Pais Oliveira é o único que se mantém, com a deputada Angélique da Teresa a sair da Comissão Executiva e Rui Ribeiro, a substituir o deputado Miguel Rangel no cargo de secretário-geral.

Na lista à Comissão Executiva com que se apresenta a eleições, Mariana Leitão integra ainda antigos apoiantes da ex-deputada Carla Castro, que disputou a liderança da IL com Rui Rocha na convenção de fevereiro de 2023, tendo perdido com 44% e saído posteriormente do partido.

Mariana Leitão propõe agora que João Cascão, que Carla Castro propunha como secretário-geral na lista com que se apresentou a eleições, seja vogal na Comissão Executiva, assim como Eunice Baeta que, segundo a IL, "esteve com a Carla Castro e depois sempre com o movimento Unidos pelo Liberalismo", de Tiago Mayan Gonçalves e Rui Malheiro.

Numa breve nota divulgada com a lista que propõe para a Comissão Executiva da IL, Mariana Leitão diz ter construído "uma equipa renovada e muito competente, com pessoas que representam várias tendências e sensibilidades do partido, a nível geográfico, ideológico e político".

"Nem todos estiveram do mesmo lado em combates políticos passados na IL, mas hoje unem-se para construirmos a Iniciativa Liberal de que Portugal tanto precisa", lê-se.

"Vontade de agregar"

A IL vai escolher o seu novo líder e direção na X Convenção Nacional, em 19 de julho em Alcobaça, após Rui Rocha, presidente do partido entre 2023 e 2025, ter apresentado a sua demissão no dia 31 de maio, por considerar que o resultado obtido nas eleições legislativas tinha sido insuficiente.

Nessas legislativas, a IL obteve 5,36% e nove deputados, mais um do que nas eleições de 2024.

Menos de uma semana após a demissão de Rui Rocha, Mariana Leitão anunciou que iria candidatar-se à liderança do partido, numa publicação divulgada nas redes sociais em que afirmava ter a "vontade de agregar um movimento que inspire uma mudança no país".

"Sem medo de ser liberal, com coragem para erguer as nossas bandeiras liberais sem qualquer hesitação, sem moderar a afirmação dos valores liberais em toda a sua plenitude", lia-se na mensagem de Mariana Leitão.

Após este anúncio, nomes que tinham sido falados como potenciais candidatos a líder, como o do deputado Mário Amorim Lopes ou Bernardo Blanco, anunciaram que não tencionavam entrar na corrida, com Amorim Lopes a declarar apoio a Mariana Leitão. Também a corrente de oposição interna a Rui Rocha acabou por não apresentar uma candidatura alternativa.