Mais de dois milhões de refugiados e deslocados internos sírios regressaram a casa desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, no final do ano passado, revelou hoje o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"Mais de dois milhões de refugiados e deslocados sírios regressaram a casa desde dezembro -- um sinal de esperança, apesar das crescentes tensões regionais", saudou Filippo Grandi na plataforma X, antes de visitar a Síria.

"Isto prova que precisamos de soluções políticas, não de uma nova vaga de instabilidade e deslocamento", acrescentou o Alto-Comissário, a partir do Líbano, onde as autoridades estão a pressionar pelo regresso dos refugiados à Síria.

Após 14 anos de guerra civil na Síria e a queda de Assad em dezembro de 2024, os primeiros meses deste ano registaram um número crescente de sírios a voltar para as suas casas.

O ACNUR indicou que, até 12 de junho, mais de 500 mil refugiados tinham regressado à Síria desde a queda de Assad.

De acordo com a agência da ONU, até ao final de 2025, um total de 1,5 milhões de sírios provenientes do estrangeiro e dois milhões de deslocados internos poderão regressar aos seus lares.

Apesar dos regressos, 13,5 milhões de sírios permanecem como refugiados fora do país ou deslocados internos.

As novas autoridades herdaram um país com uma economia debilitada e infraestruturas destruídas, onde a maioria dos cidadãos vive abaixo do limiar da pobreza, segundo a ONU, organização que estima o custo da reconstrução da Síria em mais de 400 mil milhões de dólares.