
Desde o terramoto até 29 de abril, "os militares lançaram pelo menos 243 ataques, incluindo 171 ataques aéreos, causando a morte a mais de 200 civis", denunciou o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, num comunicado.
A maioria destes ataques ocorreu após o cessar-fogo que foi anunciado em 02 de abril pelos militares birmaneses e pelo Governo de Unidade Nacional da oposição, segundo Türk.
"É imperativo que os militares cessem imediatamente todos os ataques contra civis e instalações não militares", afirmou.
Os ataques atingiram uma população "já exausta por anos de conflito" interno, referiu Türk.
"Isto foi agravado pelo recente e terrível terramoto que fez 3.800 mortos e 6,3 milhões a necessitar urgentemente de apoio, somando-se aos quase 20 milhões que já dependem de assistência. O direito internacional deixa claro que a ajuda humanitária deve chegar a quem precisa sem impedimentos", declarou.
"As pessoas em Myanmar precisam de comida, água e abrigo. Precisam - e devem ter - paz e proteção. Este é o momento de colocar as pessoas em primeiro lugar, priorizar os seus direitos humanos e necessidades humanitárias e alcançar uma resolução pacífica para esta crise. Em vez de mais investimentos fúteis na força militar, o foco deve estar na restauração da democracia e do Estado de direito em Myanmar", declarou Türk.
Os militares birmaneses derrubaram o governo da líder Aung San Suu Kyi- prémio Nobel da Paz de 1991 -, que foi democraticamente eleito em fevereiro de 2021.
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