
Aquele que já é considerado o incêndio "mais significativo" de França desde 1949 "está a progredir mais lentamente", confirmou esta manhã a Ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher. Ainda assim, 25 casas e 35 carros foram destruídos.
Após uma "noite intensa" de combate às chamas, o comandante dos bombeiros de Aude, no sul de França, espera debelar o fogo ainda esta quinta-feira, mas lembra que há "90 km" de mato que são inacessíveis devido à "vegetação densa" e às características do terreno. Além disso, as previsões de agravamento do vento a partir das 12 horas locais também preocupa.
O balanço dos últimos dias soma já uma vítima de mortal - uma mulher de 65 anos encurralada pelas chamas -, três pessoas desaparecidas e 13 feridos, 11 dos quais, segundo a emissora francesa BFMTV, são bombeiros. Foram ainda disponibilizados 17 centros de acolhimento com capacidade para acomodar até 1.759 pessoas retiradas, anunciou a autarquia de Aude esta quinta-feira à noite.
Esta quarta-feira chegaram a estar no terreno mais de dois mil bombeiros, apoiados por 500 veículos e 130 meios aéreos, entre Canadairs, Dash e helicópteros.
UE pronta a mobilizar meios para ajudar
A União Europeia diz estar "pronta" para mobilizar meios para o combate ao incêndio. Na rede social X, Ursula Von der Leyen diz que a Europa está ao lado dos franceses.
"Os meus pensamentos estão com os bravos bombeiros que combatem o incêndio. Estamos prontos para mobilizar os recursos do rescEU para apoiar os esforços de controlo dos incêndios", escreve a presidente da Comissão Europeia.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, classificou a situação como uma "catástrofe sem precedentes".
"O acontecimento de hoje está ligado ao aquecimento global e à seca", acrescentou o primeiro-ministro sobre o incêndio que já consumiu milhares de hectares em Corbieres, a norte de Perpignan, junto à fronteira com Espanha.
Bayrou, juntamente com o ministro do Interior, Bruno Retailleau, prometeu perante os meios de comunicação social toda a ajuda estatal possível para o combate às chamas, embora tenha adiantado que ainda não estão a pensar pedir ajuda aos vizinhos europeus.
Durante a sua visita a Aude, Bayrou expressou ainda a sua preocupação com "um evento ligado ao aquecimento global e à seca".
Este incêndio é, neste momento, o maior incêndio de verão em França e o maior desde, pelo menos, 2006, o início dos registos.