O jornalista espanhol Román Cuesta, do jornal "Diario Red", foi agredido por três pessoas de extrema-direita à porta da sua casa na madrugada desta quinta-feira. A informação foi divulgada pelo jornalista através da rede social X.

"Três fascistas acabaram de aparecer à porta da minha casa para me agredir, mas as coisas não correram como eles queriam e só conseguiram borrifar-me com spray de pimenta", escreveu Cuesta. "Gravaram tudo em vídeo, mas não vão publicar. Não vão ganhar pontos se virem que fugiram como covardes".

Num vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver as agressões contra o jornalista. "Perseguidor de merda", disse reiteradas vezes uma pessoa antes de outra borrifar a vítima com o spray de pimenta.

Como jornalista, Román Cuesta investigava membros de grupos de extrema-direita. O profissional descobriu a identidade de diferentes pessoas que perseguem ativistas nas redes sociais através de contas anónimas. "Román há muito tempo que faz jornalismo de investigação para desmascarar essa 'gentinha'", escreveu no X (antigo Twitter) Pablo Iglesias, diretor do "Diario Red". "Espero que sejam detidos imediatamente. Chega de violência extrema contra o jornalismo de esquerda".

Espanha não é violenta com jornalistas, mas ascensão da extrema-direita intensificou ataques online

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Espanha não é um local com uma grande incidência de violência contra jornalistas. No mundo, o país aparece como o23º mais seguro para exercer esta profissão.

No entanto, a RSF manifesta preocupações. "A liberdade de imprensa é ameaçada pelo aumento do número de processos judiciais abusivos e pela perseguição política a jornalistas", escreve no "Index 2025". "O compromisso do governo de implementar a Lei Europeia da Liberdade dos Meios de Comunicação Social (EMFA) ainda não se traduziu em ações concretas".

Outro receio da organização é o crescimento da extrema-direita no país. Apesar disso, por enquanto, não significar um aumento significativo nos casos de agressão contra profissionais da comunicação, há mais assédio online, explica o relatório.