
Um recluso de 20 anos conseguiu escapar de uma prisão francesa durante três dias ao esconder-se no saco de roupa suja de um companheiros de cela que ia ser libertado, acabando por ser recapturado na segunda-feira.
De acordo com fonte da justiça francesa, citada pela Agence France-Presse (AFP), "ninguém ficou ferido" durante a detenção de Elyazid A., conhecido como "Joker" ou "Equalizer", na segunda-feira de manhã, perto de Lyon (centro-leste de França), mas o caso, classificado por Sébastien Cauwel, diretor-chefe da prisão, como "extremamente raro" levantou sérias questões sobre as condições de segurança destes estabelecimentos prisionais.
"Joker" não agiu sozinho, tendo sido ajudado pelo companheiro de cela que já terá sido detido às 22h desta segunda-feira em Marselha, segundo avança a BFMTV com base em informação do Ministério Público francês.
O jovem recapturado, que estava preso em Lyon acusado de "homicídio em gangue organizado", associação ao crime organizado e tráfico de droga, e "violação das leis sobre armas", foi detido devido a "fuga por um gangue organizado e participação em conspiração criminosa", segundo o Ministério Público. Está na lista vermelha da Interpol, segundo a BFMTV apurou este domingo, 13 de julho.
Natural de Mayotte, uma ilha francesa no oceano Índico, o jovem, com 1,70 m de altura, conseguiu escapar na sexta-feira de manhã utilizando um "método extremamente raro, nunca antes visto", realçou Sébastien Cauwel à estação BFMTV. O diretor da cadeia reconheceu "uma série de erros" que levaram não só à fuga, mas também a que a ausência de "Joker" só fosse notada cerca de 24 horas depois, no sábado.
"Estavam três na cela. Um dos seus companheiros de cela tinha direito à liberdade na sexta-feira de manhã e o recluso aproveitou a cumplicidade desse companheiro para se esconder num grande saco de roupa suja" e sair ao mesmo tempo que o cúmplice, à vista dos guardas, revelou.
O Ministro da Justiça francês já solicitou uma investigação.
A prisão de Lyon-Corbas, que tem capacidade para 660 pessoas, incluindo 60 para mulheres, foi inaugurada em 2009. A sua taxa de ocupação atual "é de cerca de 170%, o que torna as condições de trabalho para os agentes mais complicadas", alertou Cauwel.