
O exército de Israel ameaça entrar, nos próximos dias, com “toda a força” em Gaza. O anúncio foi feito, esta terça-feira, pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que disse não ver como possível qualquer cenário em que possa parar a guerra.
"Nos próximos dias, entraremos com toda a nossa força para completar a operação e derrotar o Hamas", disse Netanyahu, de acordo com um comunicado divulgado hoje pelo seu gabinete, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Netanyahu disse que "não haverá nenhuma situação" em que Israel possa parar a guerra contra o grupo extremista palestiniano, segundo o mesmo comunicado relativo a uma reunião que manteve na segunda-feira com soldados da reserva.
A ameaça de Israel acontece, precisamente, no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que meio milhão de habitantes de Gaza estão à beira da fome devido ao "bloqueio deliberado" imposto por Israel e que 57 crianças morreram de subnutrição desde o início de março.
"Meio milhão de pessoas encontram-se numa situação de fome catastrófica, de subnutrição aguda, de doença e de morte", declarou o representante da OMS, Rik Peeperkorn, por videoconferência a partir de Gaza, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Na reunião com os reservistas, Netanyahu disse também que o Governo israelita está atualmente a trabalhar para encontrar países dispostos a aceitar os palestinianos da Faixa de Gaza.
"Criámos uma administração que lhes permitirá [aos habitantes de Gaza] sair, mas o problema, do nosso lado, resume-se a uma coisa: precisamos de países que estejam preparados para os acolher", afirmou, citado no comunicado.
"É nisso que estamos a trabalhar neste momento. Se lhes oferecermos a oportunidade de partir, posso dizer-vos que mais de 50% partirão, e penso que ainda mais", acrescentou.
A ideia de retirar a população da Faixa de Gaza para países vizinhos, que a recusaram, foi inicialmente lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs em fevereiro transformar o território numa "Riviera do Médio Oriente".
Com LUSA