
Hong Kong inaugura na sexta-feira a primeira sede não ocidental de um importante organismo jurídico mundial, a Organização Internacional para a Mediação (IOMed), numa altura em que Pequim procura impor-se como centro de resolução de disputas internacionais.
O chefe do Governo de Hong Kong, John Lee, indicou, na terça-feira, que a instituição vai ter um estatuto "equivalente ao do Tribunal Internacional de Justiça" em Haia, o que "vai reforçar a posição internacional da cidade, atrair benefícios económicos e melhorar o Estado de direito", escreve a agência de notícias Efe.
O líder da região afirmou que o centro vai facilitar a cooperação comercial e económica de Hong Kong com parceiros internacionais, especialmente os países do projeto chinês de infraestruturas conhecido como Nova Rota da Seda, "criando mais oportunidades de negócios".
Numa reação à criação do IOMed, o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, Liu Xianfa, disse que a inauguração reflete o desejo de Pequim de ser "uma força positiva para o desenvolvimento pacífico da humanidade".
A cerimónia de inauguração do IOMed vai contar com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e altos representantes de cerca de 60 países, bem como delegados de cerca de duas dezenas de organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas.
A criação da IOMed foi proposta em 2022 pela China e cerca de 20 nações e, após intensas negociações, foi decidido que a sede estaria localizada em Hong Kong.
O organismo vai ser a primeira entidade internacional intergovernamental dedicada exclusivamente à resolução de disputas internacionais através da mediação, defendendo os princípios da Carta das Nações Unidas num contexto de crescentes tensões globais e desafios aos sistemas tradicionais de resolução de conflitos.
Com Lusa