O movimento Menos Ecrãs Mais Vida anunciou hoje ter pedido uma audiência ao ministro da Educação, Ciência e Inovação para esclarecer a aplicação de uma proibição de telemóveis nas escolas, anunciada no programa do Governo.

Numa carta dirigida a Fernando Alexandre e divulgada à imprensa, o movimento refere ter recebido "com agrado a informação de que o novo governo decidiu avançar com a proibição de 'smartphones' até ao 6º ano", mas considera a medida "pouco ambiciosa a nível etário".

O Governo tenciona proibir 'smartphones' nas escolas nos 1.º e 2.º ciclos e limitar o uso entre os alunos do 3.º ciclo, tornando regra as recomendações feitas no início do ano letivo 2024/2025.

O movimento Menos Ecrãs Mais Vida, nascido em janeiro de 2024 e composto por quatro mães professoras, chama a atenção para os casos de países como "o Brasil, Dinamarca, Finlândia e Espanha que já proíbem o uso (do telemóvel) até ao 12º ano e muitos outros que proíbem até ao 9º ano", bem como as "recomendações" emitidas pela Sociedade Portuguesa de Neuropediatria em setembro de 2024, "aplicáveis até aos 18 anos", para, por exemplo, se "restringir o uso de 'smartphones' nos intervalos escolares".

Como serão aplicadas pelas direções escolares as regras de proibição quando aprovadas, concretamente como se garantirá o seu cumprimento pelos agrupamentos escolares e pelos alunos, assim como "quais os planos futuros (do Governo) para o 3.º ciclo e secundário", são questões que o movimento gostaria de ver respondidas.

"Acreditamos ser do interesse do MECI continuar a zelar pela saúde física, mental e social das nossas crianças e jovens e o Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida continua disponível para ajudar neste processo. Por este motivo, vimos por este meio solicitar uma nova audiência, dando continuidade à anteriormente realizada a 2 de setembro de 2024", adianta a missiva com a data de hoje.

Há dois anos, uma das fundadoras do movimento lançou uma petição sobre o uso de smartphones nas escolas a partir do 2.º ciclo, "em prol da socialização das crianças nos recreios", que já foi assinada por mais de 24.000 pessoas.