Os pequenos têm menos de seis meses, o mais velho cerca de 10 anos. Estes cães estão ainda em quarentena a ganhar forças na Associação Midas, que acolheu 21 animais vítimas de maus-tratos.

"Temos animais hospitalizados em estado grave, que não sabemos se vão conseguir sobreviver. Todos no abrigo estão com medicação diária, já tiramos sangue para análise. Tiveram de fazer raio-x e e ecografia porque têm ferimentos profundos. É notório que havia luta por falta de alimentos e, sobretudo, água. Eles quando chegaram beberam muito, porque o nível de desidratação era enorme", conta Joana Oliveira, da Associação Midas.

Uma denúncia de maus tratos no canil municipal de Vila nova de Foz Côa desencadeou na passada sexta feira uma operação de resgate de 73 animais, levada acabo pela GNR, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pelo IRA - Núcleo de intervenção e resgate animal.

Além de sobrelotado, o canil não tinha condições de salubridade nem cuidados veterinários. O canil municipal foi encerrado.

Autarquia diz que desconhecia situação

Em comunicado enviado à SIC, a Câmara de Vila Nova de Foz Côa diz que desconhecia as condições em que se encontravam alguns animais, assegura que reforçou meios veterinários e procurou ajuda nos canis vizinhos para a sobrelotação sem sucesso.

A autarquia fala num projeto de construção de um espaço para 200 animais com custo de dois milhões de euros, já com apoio financeiro aprovado do ICNF de 220 mil euros, iniciado há três anos mas que ainda está em fase de concurso.

Os cães foram acolhidos pelo IRA e mais duas associações que estão a aguentar com todas as despesas. O caso está no Tribunal Judicial de Vila Nova de Foz Côa.