O candidato do movimento "Fazer à Porto", Filipe Araújo, anunciou esta segunda-feira que aumentará até 2000 casas o parque habitacional do Porto caso seja ele eleito presidente da Câmara Municipal e ainda duplicará o número de agentes da Polícia Municipal.

No discurso de apresentação da sua candidatura, que decorreu nos jardins do Palácio de Cristal, o candidato independente falou do "lançamento de uma nova década de ação e prosperidade em prol da cidade", distribuindo as prioridades por cinco eixos.

No eixo da habitação, Filipe Araújo, atual vice da câmara eleito pelo movimento de Rui Moreira, quer aumentar o parque público de renda acessível, indicando que 1 400 casas já estão preparadas e que será possível aumentar até às 2 000, num esforço que prevê investir em novas tipologias de habitação acessível, fomentando a partilha de habitação entre os idosos, combatendo dessa forma a solidão.

A mesmo tempo, o candidato quer estimular o setor cooperativo para aumentar o número de casas disponíveis e reforçar as parcerias com o setor privado, anunciando a criação de uma 'task force' para acelerar as medidas elencadas.

Quanto à mobilidade, após criticar o PS e o PSD por negligenciarem "sistematicamente a resolução do maior problema ambiental do Porto", Filipe Araújo vai "continuar a exigir ao Governo que execute, em 10 meses, as medidas há muito estudadas, capazes de retirar carros da VCI", insistindo que "os pesados têm de ser desviados para fora da cidade".

Ainda sobre aquele via, o candidato quer no espaço de 10 anos que a VCI "deixe de ser uma autoestrada que rasga a cidade para passar a ser uma avenida urbana (...) capaz de coser o território em alguns locais e com transporte público", avançando que se "impõe uma cidade com mais transporte público, partilhado e de zero emissões" e concluindo o tema a defender "que de nada adianta ter um serviço gratuito para todos se não funcionar".

No eixo da qualidade de vida, o atual vice-presidente da autarquia quer mais árvores e espaços verdes, promete reforçar o Gabinete de Espaço Público e criação de uma rede de creches bem como instalar mais 20 parques infantis.

O aumento de 200 para 400 do contingente de agentes da Polícia Municipal do Porto a par de mais formação da parte do Governo de mais agentes da PSP são metas no capítulo da segurança que Filipe Araújo quer ver implementadas na cidade, afirmando-se disponível para o reforço da videovigilância e ao policiamento de proximidade. Neste contexto, o candidato quer também reforçar o corpo de guardas-noturnos que trabalharão como apoio à PSP, lê-se ainda no grupo de propostas apresentadas.

No quinto e último eixo, o da Cultura, Filipe Araújo quer o reforço das pequenas salas e espaços experimentais, dessa forma aumentando a sua presença nos bairros, associações e coletividades.

No capítulo do Turismo prometeu combater o alojamento local ilegal e quer "a regulação que evite abusos e garanta um saudável equilíbrio" entre o Porto atual e o que "querem continue a ser".

O professor catedrático da Universidade do Porto, José Manuel Mendonça, é o mandatário da candidatura.

Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (movimento Porto Primeiro), Vitorino Silva (RIR), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte pela coligação "O Porto Somos Nós" que junta PSD, IL, CDS-PP, Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento Fazer à Porto), António Araújo (movimento Porto à Porto), Alexandre Guilherme Jorge (Volt) e Hélder Sousa (Livre).

O atual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas estão previstas ocorrer entre o final de setembro e o início de outubro.