O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, recusou há minutos comentar publicamente o artigo de opinião assinado por Paulo Alves e publicado na edição impressa do DIÁRIO, sob o título “Perdoa-se mas não se esquece”.

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Questionado sobre as duras críticas ao processo interno que levou à escolha de Élia Ascensão como candidata à Câmara de Santa Cruz, Élvio Sousa respondeu com contenção: “Como tem sido hábito, não comento assuntos internos no exterior. Hoje de manhã estou a fechar a estratégia das autárquicas em São Vicente onde estão previstas novidades interessantes”.

A reacção surge poucas horas após a publicação do artigo em que Paulo Alves rompe o silêncio e expõe o mal-estar vivido internamente no JPP durante o processo de escolha de candidato à autarquia de Santa Cruz. Alves recorda que o seu nome foi inicialmente aprovado pela concelhia e pela Comissão Política Regional, mas viria a ser preterido após a divulgação de uma sondagem, numa decisão que atribui à pressão externa e preferências pessoais de figuras próximas da candidata.

Ao longo do texto, Paulo Alves denuncia o que considera ter sido uma campanha de manipulação e orquestração mediática contra si, e critica duramente o ambiente interno do partido. “Desvalorizar, negar-se a aceitar decisões tomadas por maioria dos elementos de um órgão partidário e fazer birras, são acções que ficam com quem as pratica”, escreveu.

A resposta de Élvio Sousa, ainda que breve, deixa claro que o líder da estrutura partidária prefere manter o foco nas próximas batalhas eleitorais, evitando prolongar a exposição pública das divergências internas. A referência directa à estratégia para o concelho de São Vicente sugere que o JPP poderá anunciar em breve novidades naquele território, numa tentativa de virar a página e recentrar o debate político na agenda eleitoral.

A controvérsia em torno da escolha do candidato à Câmara de Santa Cruz tem sido um dos momentos mais delicados da vida interna do partido nos últimos meses, gerando reacções intensas nas redes sociais e críticas públicas a partir de dentro do próprio JPP. Resta saber se o silêncio estratégico será suficiente para apaziguar as feridas abertas.